sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ARTRITE REUMATÓIDE: TRATAMENTO












Exames laboratoriais: avaliação da atividade inflamatória
Os testes utilizados são VSG (velocidade da sedimentação globular, também denominado hemossedimentação e eritrossedimentação), proteína C reativa e menos vezes alfa-1 glicoproteína ácida. Costumam estar elevados proporcionalmente à gravidade da doença e diminuir com o sucesso do tratamento. Não esquecer que estes testes não são específicos. Podem estar elevados em qualquer doença que provoque inflamação ou infecção.
O fator reumatóide (FR) é a anormalidade imunológica mais marcante da AR. Aparece em 80% dos pacientes e, portanto, utilizado como critério diagnóstico de primeira linha. Entretanto, além de não estar presente em 20% dos pacientes com AR, pode demorar até 1 ano para tornar-se positivo. Outro fato relevante a respeito do FR é a sua presença em outras doenças reumáticas e não reumáticas tais como hepatite crônica ativa, hepatite viral, lepra, tuberculose, doenças malignas e várias outras. Nestes casos, em geral, o título (concentração) costuma ser mais baixo.
O resultado do exame deve ser um número. Sugere-se não aceitar testes expressos em cruzes ou somente positivo ou negativo.
Exames descritos recentemente, fator perinuclear e anticorpos anti-queratina, são menos vezes positivos mas podem ser as únicas alterações precoces e, deste modo, proporcionar diagnóstico em fase inicial da doença. Este fato é importantíssimo para que o tratamento correto seja iniciado logo, evitando-se as deformidades já citadas.
Hemograma completo, plaquetas, transaminases e exame comum de urina são obrigatórios para que se possa avaliar os efeitos colaterais dos medicamentos usados. Ultimamente, pesquisa de vírus de hepatite (principalmente vírus C) têm sido incluídos na avaliação inicial e, eventualmente, durante a evolução.
Também são necessários exames para avaliar comprometimento dos rins e fígado e outros que a avaliação inicial ou evolução da doença indicar.
Exames por imagens
Os exames podem ser utilizados para diagnóstico, para estabelecer o estágio de comprometimento articular e para comparação com exames prévios visando avaliar a eficácia do tratamento.
Radiografias convencionais
Não mostram alterações específicas da Artrite Reumatóide (AR) em fase inicial mas edema e osteoporose articular e ausência de alterações que sugiram outra doença articular são úteis para encaminhar o diagnóstico. As deformidades aparecem em doença mais avançada.
Ecografia articular
Executada por especialista experiente pode detectar mínimas lesões que já ocorreram nos primeiros meses da Artrite Reumatóide(AR). Também é utilizada para avaliar lesòes em tendões.
Ressonância magnética
É bastante sensível para demonstrar inflamação articular e comprometimento cartilaginoso precoce e lesões em tecidos moles (tendões, ligamentos e nervos).
Critérios diagnósticos
São utilizados os critérios publicados em 1987 pelo Colégio Americano de Reumatologia, sendo necessários pelo menos quatro:
artrite de três ou mais articulações vistas por médico e com envolvimento simultâneo com duração mínima de 6 semanas
artrite de articulações das mãos, incluindo punhos, com duração mínima de 6 semanas
artrite simétrica (para interfalangianas e metacarpofalangianas não é necessário o mesmo dedo)com duração mínima de 6 semanas
rigidez matinal de mais de 1 hora com duração mínima de 6 semanas
presença de fator reumatóide
nódulos reumatóides
alterações radiológicas sugestivas de Artrite Reumatóide (AR).
Como se trata?
Nos últimos 10 a 15 anos foram se modificando os esquemas do tratamento da Artrite Reumatóide (AR). Velhos remédios estão sendo melhor usados e novos estão surgindo. Verificou-se que o tratamento precoce e, muitas vezes, associação de vários medicamentos desde o início proporciona melhor prognóstico. Os médicos estão fazendo diagnóstico mais cedo (talvez porque os pacientes estejam mais alertas quanto ao especialista que procurar), possibilitando a introdução precoce do melhor tratamento. Desse modo, maior número de pacientes está evoluindo melhor e ficando com menos deformidades e limitações. Porém, quando a causa de uma doença não é conhecida não há um tratamento curativo. E ainda há uma parcela significativa de portadores de Artrite Reumatóide (AR) que não têm a melhora desejada.
Nesse momento, é importante salientar que a maioria das doenças clínicas não são curadas, somente controladas. Por exemplo, não se cura hipertensão arterial e diabete: os medicamentos deverão ser usados por toda vida. São curadas infecções porque é eliminado um agente externo conhecido. As cirurgias são mais eficazes porque corrigem defeitos ou extirpam o problema. Um indivíduo pode ser portador de uma doença grave e estar emocionalmente bem porque ela não provoca sintomas.
A desvantagem que um paciente com Artrite Reumatóide (AR) com má evolução tem é que a dor, a limitação de função ou a deformidade observável lembra-o que ele está doente. E mais:
Amanhecer com dor e rigidez articular;
Ter as atividades de parte ou todo dia limitadas;
Não saber, ao deitar à noite, como será a manhã seguinte;
Usar medicamentos que podem produzir efeitos colaterais;
Fazer exames laboratoriais periódicos;
Ter sempre que fazer exercícios sendo, muitas vezes, acompanhados de procedimentos fisioterápicos;
Ter que consultar seu médico várias vezes ao ano; nem sempre sentir nele o amigo e conselheiro que o entende
Ter a desventura de não encontrar na família e amigos a compreensão acerca de suas limitações ou, ao contrário, haver exagero ou superpreocupação quanto às suas reais limitações e dificuldades
Estes são problemas sérios que pacientes e médicos devem conhecer e manejar adequadamente. Assim, pacientes e familiares devem estar conscientes das possibilidades evolutivas da Artrite Reumatóide (AR) e serem orientados sobre o melhor modo de se conduzirem. O paciente pode precisar de períodos de repouso e deve ser respeitado e auxiliado nessas ocasiões. Seus professores ou colegas de trabalho também devem ser acionados.
Então, o que já vimos?
O diagnóstico deve ser feito logo
O tratamento mais eficaz, na maioria dos casos, é associação de medicamentos iniciada precocemente
Os familiares, amigos e pessoal do ambiente de trabalho devem ser orientados ou estarem a par da situação
Exercícios e outros procedimentos fisioterápicos devem ser iniciados em seguida (de acordo com tolerância)
Os medicamentos usados no tratamento da Artrite Reumatóide (AR) são divididos de acordo com o modo de ação em:
analgésicos e antiinflamatórios não-esteróides
corticoesteróides
drogas modificadoras da doença (drogas remissivas)
Analgésicos e Antiinflamatórios não--esteróides (AINES)
Estes medicamentos não agem na evolução natural da doença. Não podem ser o único tratamento.
Os analgésicos têm efeito quando a dor não é forte. Sua vantagem é a boa tolerância pelo estômago e não aumentar a pressão arterial.
Os AINES são assim denominados porque não são cortisona (corticoesteróides). São muito úteis não só por sua ação antiinflamatória mas, principalmente no início do tratamento, devido à sua ação analgésica. Aliviam as dores enquanto as drogas modificadoras da doença, que têm ação lenta, estão atuando. Quando tolerados, podem ser usados continuamente e auxiliam na tentativa de usar-se doses baixas de corticóide ou até mesmo evitá-los. Os efeitos colaterais mais freqüentes são azia (pirose), gastrite e úlcera de estômago. Por reterem sódio, alguns pacientes poderão ficar com pés e pernas inchados. Hipertensos precisam ter muita atenção se usarem AINES por longo tempo.
Corticóides
A grande maioria dos portadores de Artrite Reumatóide (AR) usa corticóide. Deve ser usado em dose baixa e sempre com orientação médica. Obedecendo-se a esta regra básica os efeitos colaterais serão mínimos justificando-se os riscos face aos benefícios obtidos. Trabalhos recentes comparando-se tratamentos mostraram que quando usados desde o início, em dose baixa e associados às drogas modificadoras da doença o prognóstico será melhor e haverá menos erosões ósseas. Naqueles pacientes com mínima atividade inflamatória o reumatologista pode optar em usar AINES associados aos remissivos e aguardar algum tempo de evolução antes de decidir por corticóide.
Também podem ser usados em injeções intra-articulares (infiltrações). Há consenso em não repetí-las na mesma articulação mais do que 2 vezes ao ano.
Drogas modificadoras da doença
São assim chamadas porque suprimem em parte ou totalmente a atividade inflamatória e bloqueiam a evolução natural da doença. Devem ser usadas logo que o diagnóstico for confirmado. Há crescente consenso acerca da associação de pelo menos duas drogas remissivas desde o início do tratamento mas se o reumatologista observar que a doença está pouco agressiva ou se estiver preocupado com os efeitos colaterais dos medicamentos em casos específicos, está adequado iniciar-se com uma só droga.
Cada medicamento pode provocar seus efeitos colaterais. Não são freqüentes e serão evitados com exames laboratoriais periódicos e oftalmológicos quando forem usados antimaláricos.
Infelizmente, muitos pacientes receberão o tratamento ideal já com longo tempo de evolução e com deformidades estabelecidas. Além disto, não são todos pacientes que se beneficiam com os medicamentos oferecidos. Por este motivo, novas drogas estão surgindo e, lentamente, ocupando seu espaço. Mas mesmo as mais modernas, baseadas em conhecimentos mais finos do mecanismo íntimo da AR não funcionam em todos pacientes.
Cirurgia
Os tendões devem ser operados quando rompem ou, quando já bastante lesados, não conseguem manter a articulação estável e a função fica muito prejudicada. Muitos pacientes adaptam-se com suas limitações e recusam cirurgia.
Grandes destruições articulares levam a dor forte e incapacidade de praticar atos do dia a dia (caminhar, erguer-se de uma cadeira, sair da cama, usar o vaso sanitário, usar talheres). Nestes casos estão indicadas as próteses articulares cujos resultados, na maioria das vezes, são gratificantes.
Há alguns poucos pacientes que, a despeito do tratamento estar funcionando adequadamente, ficam com um "escape" em uma ou duas articulações as quais em pouco tempo provocam lesões destrutivas importantes. Nestes casos, estão indicadas cirurgias para retirada da membrana articular (sinóvia) extremamente inflamada e hipertrofiada. Após a cirurgia, os pacientes devem continuar o tratamento clínico pois é muito difícil a retirada completa da membrana sinovial e há risco dos pacientes retornarem à situação anterior.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Esta doença tem cura?
Qual a finalidade do tratamento?
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
Há interferência com outros remédios que estou usando?
Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?
Existem problemas com obesidade e dieta?
Qual a importância de exercícios e repouso?
Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?





Relacionado na Fisioterapia


Uma solução bastante viável é a hidroterapia. Esta promove uma diminuição na dor, aumento de amplitudes articulares, aumento de força (sem risco maior de aumento da lesão nas articulações), aumento da resistência (através do Bad-Ragaz, por exemplo) e treino funcional.

Uma solução bastante viável é a hidroterapia. Esta promove uma diminuição na dor, aumento de amplitudes articulares, aumento de força (sem risco maior de aumento da lesão nas articulações), aumento da resistência (através do Bad-Ragaz, por exemplo) e treino funcional.





quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Fibromialgia na Fisioterapia






O grande número de pacientes que procuram o Ambulatório
de Reumatologia, Ortopedia e Fisioterapia com queixas
compatíveis com o diagnóstico de fibromialgia justifica o
grande interesse que esta síndrome tem despertado.
Fibromialgia é uma síndrome reumática de etiologia desconhecida,
que acomete predominantemente mulheres, caracterizada
por dor musculoesquelética difusa e crônica,
além de sítios anatômicos específicos dolorosos à palpação,
chamados de tender points. Freqüentemente, estão associados
outros sintomas, como a fadiga, distúrbios do sono,
rigidez matinal e distúrbios psicológicos, como a ansiedade
e depressão.
Por vezes, o nível da dor é tão intenso, que interfere no
trabalho, nas atividades de vida diária e na qualidade de
vida dos pacientes.
Encontrar alternativas efetivas de tratamento que minimizem
o impacto da fibromialgia sobre a qualidade de
vida dos pacientes é fundamental para o sistema de saúde.

Ao abordar a questão das limitações funcionais decorrentes
da fibromialgia e suas conseqüências sobre a
qualidade de vida, torna-se necessário ampliar a perspectiva
do impacto dos sintomas, pois as áreas afetadas se tornam
tão importantes quanto a doença em si.
O tratamento atual está voltado, principalmente, para a
redução dos sintomas. A Fisioterapia tem um importante
papel na melhora do controle da dor e no aumento ou manutenção
das habilidades funcionais do paciente em casa ou
no trabalho, assim como na redução de outros sintomas que
lhe causam sofrimento.
http://www.unifesp.br/grupos/fibromialgia/pdf/A.fisioterapia.como.tratatamento.da.SFM%5B1%5D.pdf


A fibromialgia é um processo patológico muito freqüente e manifesta-se principalmente
por dor em diversas partes do corpo. Este artigo tem como objetivo revisar e agrupar
informações pertinentes para o tratamento da fibromialgia através da acupuntura. Para
tanto se realizou uma pesquisa bibliográfica em banco de dados computadorizado. De
acordo com a medicina ocidental a causa ainda não está bem definida, mas se tem
hipóteses condizentes com os sintomas apresentados pelos pacientes. De acordo com a
acupuntura a causa está relacionada com os canais curiosos e com desequilíbrio
energético entre fígado, rim e baço-pâncreas. Conclui-se que a acupuntura tem
apresentado excelentes resultados para melhora dos sintomas dos pacientes, se tornando
uma boa alternativa para aumentar a qualidade de vida dos portadores da fibromialgia.
Palavras-chave: acupuntura, fibromialgia, fisiopatologia.

Tendinite do flexor longo do hálux







Cuidado com as lesões no corpo.

FAHLBUSCH (1990) afirma que dançar é transmitir um estado de espírito, uma maneira de se ver e de ver o mundo, de sentir plenamente seu corpo e o utilizar para conhecer outros sentimentos e sensações. Através da dança o indivíduo atinge uma forma superior de vida, ele experimenta um equilíbrio corporal e psíquico ao qual legitimamente aspira. A prática dos bailarinos exige deles horas de treinamento exaustivo que envolve as articulações em posições excessivas, muitas vezes não-fisiológicas, podendo exceder a amplitude de movimento normal resultando em lesões. Geralmente o treinamento é composto por exercícios de aquecimento, alongamento, flexibilidade, quedas, saltos, equilíbrio, amplitudes exageradas de movimento, forças dinâmicas, estáticas e explosivas, giros, pegadas, criatividade, relaxamento, trabalho sobre sapatilha de pontas, resistência aeróbica, anaeróbica, entre outros, tudo para buscar o sincronismo perfeito e a técnica apurada que resultam em um desempenho corporal de qualidade.
Vários são os fatores que contribuem para a não prevenção das lesões. Eles podem ser divididos em fatores que são exteriores, como calçados, piso e temperatura inadequados; e fatores que são interiores, como encurtamento muscular, hipermobilidade, fraqueza muscular, dietas inadequadas, entre outros. A combinação desses fatores levam as mais diversas lesões, relacionei abaixo as principais lesões mais comuns sofridas por bailarinos, segundo Monteiro (2006):
Pés e tornozelos
Calo Macio: Caracteriza-se por crescimento epitelial anormal, devido a ponto de pressão em área constantemente úmida. Desenvolve-se com maior freqüência no quarto e quinto artelhos. Na dança, os principais sintomas são a hipersensibilidade acompanhada de inflamação e dor, impedindo, muitas vezes, a bailarina de usar sapatilha de ponta, exatamente pela pressão que o peso do corpo exerce sobre os artelhos e a transpiração excessiva nos pés.
Calo Duro: É definido como o estado crônico resultante da acumulação de espessa camada calosa, também denominada hiperqueratose. Desenvolvem-se acima do dorso do pé, e no topo dos dedos, ao redor do calcanhar, por cima das deformidades do joanete ou em qualquer outro ponto que um tipo particular de sapatilha ou estilo de dança possam causar fricção ou esfregamento (roçamento).
Bolha: Resultado de fricção excessiva fazendo com que as camadas superiores da pele se separem (a epiderme se descola da derme). Há acúmulo de fluido na área de separação com formação da bolha. Os sintomas são dor e inflamação local. Na dança, o uso de sapatilha nova, exercícios prolongados, locais inadequados de prática, uso de sapatos apertados e atividades que solicitem paradas e mudanças repentinas de direção favorecem sua ocorrência.
Hálux valgus (Joanete): É definido como o desvio do hálux de sua posição natural em direção lateral com proeminência medial na base do pé. O abdutor do hálux fica debilitado e deixa de atuar no sentido de conduzir o dedo para a sua posição natural. Com isso há espessamento da cabeça saliente do 1º metatarsiano. De modo geral, não são dolorosos, mas acarretam deformidades. Eventualmente, a dor pode ser causada pela formação de edema local em função de processo inflamatório. Um dos principais fatores de risco para a formação do joanete é o uso de sapatos de ponta fina que limitam a abdução do hálux desviando-o de seu leito anatômico natural, e forçando-o em direção à borda lateral do pé. Pode ser resultado, também, de um metatarso encurtado.
Hálux Rígido: Consiste na incapacidade para fazer com que o hálux atinja uma faixa ampla de movimento, devido a uma artrite degenerativa da articulação metatarsofalangiana, que se torna rígida e inflexível; o grande artelho é incapaz de dorsifletir, interferindo, assim, no impulso durante a marcha.
Fratura de estresse no tornozelo: É provocada por movimentos excessivos que promovem o remodelamento do osso em taxa mais rápida que o tolerado. O organismo tenta fortalecer o osso estressado, removendo o tecido ósseo antigo e fortalecendo o novo. Se essa resposta for excessiva o processo de reparação pode enfraquecer outras partes ósseas, onde o tecido ósseo novo será produzido; a área enfraquecida está mais sujeita a falhas mecânicas que podem resultar em solução de continuidade, também conhecida como fratura de estresse (JONES et al, 1994). O início dos sintomas é gradual e insidioso, sem relação específica com época do ano, condições climáticas ou lesão anterior.
Entorse de tornozelo: Decorre de movimento brusco que ultrapassa os limites normais da mobilidade articular. Pode ser classificado em três graus, a saber: 1º grau, caracterizado por pequena falência das fibras colágenas dentro do ligamento; 2º grau, ocorre arrancamento parcial do ligamento e possivelmente da cápsula articular com considerável perda da força; 3º ?grau, quando resulta do arrancamento completo. (FATARELLI etal., 1997)
Sesamoidite: Os ossos sesamóides são flutuantes e estão inseridos nos tendões flexores do grande artelho. Ele se articula com a superfície inferior do 1º metatarso, podendo se tornar inflamado e irritado. Trata-se de uma lesão típica de palco, porque é causada por movimento de hiperextensão do hálux, o que é necessário em praticamente todas as formas de dança.
Neuroma de Morton: Os nervos que repousam entre os metatarsos tornam-se vulneráveis à impactação e ao pinçamento. Quando isto ocorre, pode se instalar nas células da cápsula envoltória uma fibrose perineural, comum entre as cabeças dos metatarsianos, que se manifesta como uma tumoração benigna. Portanto, não se trata propriamente de um tumor de nervo. Os sintomas são dor aguda e hipersensibilidade. O uso de calçados apertados ou outro tipo de pressão localizada podem ser os causadores da tumoração (FITT, 1988).
Tendinite do flexor longo do hálux: A tendinite é um processo inflamatório que acomete os tendões, causada por estresse excessivo na unidade tendão-músculo. Ocorre principalmente em áreas com maior sobrecarga. Se não for tratada de forma adequada há risco de necrose, podendo ocorrer a ruptura do tendão (ELLEN, 1981).
Bursite no tornozelo: Inflamação das bursas ocorrem por fricção excessiva, repetitiva ou traumatismos diretos. As bursas são bolsas lubrificantes com conteúdo sinovial: localizam-se em região de fricção entre tendões e ossos ou tendões, ossos e pele. Sua função é de facilitar o movimento dessas estruturas. Os principais sintomas das bursites são dor articular (permitindo distinguí-las das tendinites) que pode se irradiar ao longo da estrutura músculo-tendínea, limitação dos movimentos e edema.
Tendinite de Aquiles: Na dança, os sinais e sintomas principais são o edema e sensibilidade à dor aumentada, quando da execução do demi-plié, relevé e aterrizagem; o movimento é freqüentemente acompanhado por estalido na porção inferior do tendão calcâneo. As causas da tendinite são a técnica pobre e o desalinhamento das pernas à execução do movimento. São comuns, também, em bailarinas idosas com tendões enfraquecidos pelo desgaste e naqueles que têm um plié mais vigoroso. É tipicamente causada pela falta de amortecimento (pliés) quando da aterrizagem de saltos e relevés (FITT,1988).
Luxação e Sub-luxação do tornozelo: A luxação é caracterizada pela perda de contato entre as extremidades ósseas de uma superfície articular, geralmente acompanhada de lesão cápsuloligamentar. A subluxação ocorre quando dois ossos da articulação ainda permanecem parcialmente próximos (FATARELLI et al., 1997).
Joelho de bailarinos
Tendinite patelar ("Joelho de saltador"): No caso do agravo em questão é importante salientar que a designação "tendinite patelar", embora de uso habitual, é incorreta, pois é o ligamento patelar que é acometido e não o tendão. Os problemas mais freqüentes de tendinites envolvem o mecanismo do quadríceps femural. É causada por contrações súbitas e repetidas do quadríceps ao iniciar um movimento, podendo ocasionar micro-rupturas do ligamento na região inferior da patela, provocando a instalação de processo inflamatório. Os principais sintomas são a dor local após atividade ou até inabilidade para participar de aulas de dança, com sensibilidade acentuada na base da patela. Atividades como os saltos e dança flamenca (atividade agressiva e muito rápida) respondem pela maior parte desses agravos (APLEY; SOLOMON,1989).
Instabilidade patelofemoral (Subluxação ou luxação da patela): Este agravo caracteriza-se por um continuum que vai desde um alinhamento vicioso até a instabilidade e a luxação (SNIDER, 2000).
Lesão ligamentar: Nas lesões de 1°grau há dano microscópico das fibras de colágeno, sem causar frouxidão do ligamento. As de 2°grau caracterizam-se por ruptura ligamentar sem separação completa, enquanto que no 3°grau o ligamento é totalmente rompido e há maior instabilidade na articulação. Os sinais e sintomas são a sensação de estalo ao movimento, presença de edema e falta de coordenação em atividades realizadas com velocidade. Pode ser causada ao choque com outra pessoa ou objeto, ou quando a articulação é forçada além do seu movimento normal.
Bursite do joelho: No joelho a presença de edema localizado, inflamação e dor ao realizar o demi-plié e grand-plié são sintomas característicos. Pode ser causada por flexão excessiva do joelho, contusão direta na área e/ou queda sobre o joelho fletido (WEICKER; CLINIC, 1988).
Contusão: Resulta de pancadas traumáticas sobre os tecidos moles e sua severidade é proporcional à força aplicada. Os sintomas compreendem a presença de dor, edema, descoramento, hemorragia subcutânea com formação de hematoma. Ocorre por choque com outros bailarinos, queda, colisão com objeto, paredes ou chão.
Abrasão: Atrito entre a pele e uma superfície áspera. A derme e a epiderme são lesionadas, gerando rompimento e exposição de grande número de capilares à sujeira, podendo ocorrer infecção. Não apresenta nenhum problema maior além de infecção, sangramento e pele lesionada.
Síndrome Patelofemoral: Inflamação entre a patela e a parte anterior do fêmur. Qualquer alteração que leve a patela a se deslocar anormalmente do seu encaixe no fêmur pode resultar em desgaste impróprio e até ruptura do ligamento.
Quadril e pelve de bailarinos
Quadril estalante: O estalido sobre o quadril parece ter dois sítios anatômicos: um na superfície lateral (externa) do quadril que recobre o trocânter e o outro ântero-medial. O estalo pode ser devido à subluxação do quadril fora de seu sítio de articulação ou por causa do escorregamento do tendão íliopsoas sobre o fêmur.
Artrite degenerativa do quadril: Lesão que resulta em pequenas fissuras e desgastes da cartilagem da articulação do quadril, em decorrência e traumatismo, infecção, hereditariedade ou por razões idiopáticas. É resultado, também, de tratamento ou reabilitação inadequada de uma lesão (MICHELI,1998).
Costas de bailarinos:
Lombalgia: Está associada usualmente com rotação da coluna e, também, com a postura hiperlordótica. A dor é provocada pela combinação do desequilíbrio muscular com músculos abdominais fracos e fáscia lombo-sacral rígida (KNOPLICH, 1989; BIENFAIT, 1995).
Radiculopatia Lombar (Dor no ciático): Compressão desigual entre duas vértebras adjacentes fazendo com que o disco inter-vertebral se desloque do seu local normal. Quando isto ocorre pode haver pressão do nervo, podendo causar espasmo muscular. É causada por traumas repetitivos e repentinos.
Espondilólise: É a deformidade causada pela formação de tecido fibroso uni ou bilateralmente ao arco neural da vértebra inferior. A bailarina sente dor na porção inferior das costas durante hiperextensão em pé ou em um só pé, como no arabesque. Apresenta movimento limitado da coluna lombar quando se inclina para frente. O arabesque é uma das posições básicas do balé, onde o corpo fica apoiado numa perna só; esta pode estar na estendida ou em demi-plié enquanto a outra permanece estendida para trás, num ângulo de até 180°. Os antebraço deve seguir o prologamento dos braços, podendo ser dirigidos para diferentes posições, sempre harmoniosas (FITT, 1988).
Espondilolistese degenerativa: É a progressão da espondilólise. Caracteriza-se pelo deslizamento de um corpo vertebral, anteriormente em relação ao outro imediatamente inferior, sendo mais comum em mulheres com mais de 40 anos (SNIDER, 2000).
Sabendo-se da grande incidência de lesões em bailarinos, é importante valorizar a atuação de profissionais de dança capacitados e de fisioterapeutas nas companhias de dança.
Assim, as medidas preventivas devem incluir o preparo adequado dos aspectos físicos e mentais; o uso de roupas e calçados adequados; o conhecimento acerca dos fatores climáticos e dos principais tipos de lesão em casos de frio ou calor extremos; alimentação equilibrada, com a ingestão de grande quantidade de líquidos diariamente; repouso adequado nos períodos entre apresentações ou competições; análise das condições das superfícies onde a dança será praticada; proteção das áreas mais susceptíveis a lesões e prática de atividades físicas compensatórias. As entorses em inversão de tornozelo são as mais comuns em todos os tipos de dança, isso porque a extremidade mais afastada do centro do corpo é a responsável pelo apoio de toda a estrutura corporal, sendo, portanto intensa a sobrecarga nessa região.
o aquecimento e o alongamento são importantes na dança e em qualquer atividade atlética, pois prepara a musculatura para atividades vigorosas, atuando assim como uma medida de prevenção das lesões. Um músculo aquecido é mais elástico e trabalha de forma rítmica e ordenada, contraindo-se com mais eficiência e relaxando completamente em um menor tempo.Todo o bailarino que usa o corpo como instrumento de trabalho, deve ter consciência do seu alinhamento esquelético e dos locais de assimetria, bem como das suas próprias restrições de movimento, a fim de que possa tirar o melhor proveito do seu físico, sem exceder-se na tentativa de vencer obstáculos.
Bibliografia:
MONTEIRO, Henrique Luiz. GREGO, Lia Geraldo. As lesões na dança: conceitos, sintomas, causa situacional e tratamento. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/09n2/Monteiro.pdf/%3E Acessado em: 5/10/2006.

Bursites diversas























Bursa ou bolsa sinovial é uma estrutura fixada ao redor das articulações, e tem como função lubrificar e com isso diminuir o atrito entre as estruturas presentes em torno de uma articulação. Pode-se inserir a cápsula articular, aos tendões, aos ligamentos e à pele.
A inflamação da referida bursa provoca a chamada bursite, condição dolorosa que impõe ao atleta/desportistas, prejuízos no seu desempenho atlético e condicionamento físico.
O quadril é uma articulação, formada entre a cabeça do fêmur e a cavidade acetabular da pelve. Tem como função biomecânica transferir o peso corporal do tronco para os membros inferiores, também permitem que os membros inferiores adotem inúmeras posturas para ficar de pé, andar e correr. Esta articulação possui uma estabilidade intrínseca não encontrada em outras articulações.
Dentre as lesões do quadril vou destacar nesta matéria as bursites do quadril: bursite trocantérica, bursite isquiática e bursite iliopectínea.
BURSITE TROCANTÉRICA
Fisipatologia: é a mais comum das bursites do quadril. A bursa trocantérica se localiza no trocanter maior do fêmur. Trocanter é um acidente ósseo anatômico, que serve para inserção e passagem de alguns músculos, dentre os quais: o Glúteo médio e o Tensor da fáscia lata. Entre o glúteo médio (que se insere no trocanter) e o Tensor da fáscia lata se situa a bursa trocantérica. Uma outra pequena bolsa, situa-se entre o Glúteo médio e o Glúteo mínimo.
Mecanismo de Lesão: Quase sempre provocada por trauma direto, ou estresse causado por sobrecarga ou excesso de uso. A causa provável desta bursite é o atrito provocado pela banda íleo iliotibial (continuação do fáscia lata) na inserção do Glúteo médio no trocanter. Entre outras causas encontradas destaco que, corredoras do sexo feminino com ângulo Q aumentado com ou sem discrepância no comprimento dos membros. Aqueles que têm o pé supinado, apresentam maior tendência para adquirir bursite trocantérica devido à imposição do estresse na área. Nos esportes de contato pode haver bursite hemorrágica, devido exatamente o contato físico com a área.
Sinais Clínicos: O paciente vai apresentar dor na região lateral do quadril região do trocanter). Pode haver irradiação para parte lateral ou póstero – lateral da coxa. Dor é gerado pelos movimentos do quadril, em especial ao andar ou subir escadas. Se muito forte pode perturbar o sono se o paciente se deitar para o lado afetado. O curso dos sintomas é prolongado ou exacerbado em função da atividade praticada. O paciente refere dor à palpação sobre o local acometido.
Exames Complementares: Ressonância Nuclear Magnética é RX, são boas opções, apenas para confirmar os sinais clínicos evidenciados na avaliação inicial. Lembramos que é importante diagnosticar a causa do problema normalmente biomecânico, e interferir apontando soluções estabilizadoras. Deve ser observado o ciclo da marcha do atleta/desportista, a postura, a flexibilidade e, sobretudo os calçados de corrida
Tratamento: Interrupção das atividades que provocam dor, antiinflamatórios, gelo na fase aguda, e calor em fase crônica, o uso do ultra-som é indicado: pulsátil fase aguda e contínuo na fase sub-aguda/crônica, o TENS como medida de analgesia. Posteriormente quando não houver mais dor, indica-se a massagem transversa de Cyriax, exercícios de alongamento, fortalecimento, propriocepção e recuperação funcional. Algumas órteses podem ser indicadas para evitar compensação biomecânica, e corrigir a causa do problema. O médico que acompanha o paciente pode sugerir infiltração com corticosteróides para aliviar os sintomas, principalmente se a dor for de início súbito e o atleta estiver envolvido em alguma competição.
BURSITE ISQUIÁTICA
Biomecânica e mecanismo de lesão: A bursa isquiática está localizada entre a tuberosidade isquiática (ísquio) e o Glúteo máximo. Quase sempre presente em pessoas que ficam muito tempo sentadas. Em atletas quase sempre provocada por trauma direto na região.
Sinais e sintomas: O atleta/desportista pode sentir dor durante a marcha quando o quadril se encontra em flexão. Subir escadas, caminhar e subir em terrenos íngrimes e aclives também podem produzir dor. Com o quadril em flexão o atleta/desportista pode referir dor à palpação.
Tratamento: Consiste em posicionar o atleta em flexão do quadril para expor a área isquiática. Inicialmente, aplicação de gelo no local, antiinflamatórios, medidas da eletrotermofoterapia, alongamentos e fortalecimento.
Antes de o atleta/desportista retornar efetivamente aos treinos e principalmente às competições, devem ser realizados testes funcionais específicos.
BURSITE ILIOPECTÍNEA
Biomecânica e mecanismo de lesão: Na maioria das vezes confundida com estiramento do músculo psoas. Diferenciar é bastante complicado, somente através de exames complementares e ainda assim devendo correlacionar com os dados clínicos. Em geral, a bursite é provocada pelo encurtamento do músculo psoas (potente flexor do quadril), ou também secundária a uma osteoartrite do quadril.
Sinais confirmatórios: Flexão resistida do quadril, na posição sentada com flexão do joelho ou deitado em posição supina com joelho estendido, pode reproduzir dor. Como também a extensão passiva do quadril com o joelho estendido pode reproduzir dor. Pode surgir dor à palpação na região inguinal. Em alguns casos pode haver inflamação do nervo femoral, que se encontra próxima a esta área, provocando dor e irradiação para parte frontal da coxa e do joelho.
Tratamento: Repouso, gelo, antinflamatórios, medidas da eletrotermofoterapia, são medidas iniciais que devem se adotadas. Após esta fase, alongamento do músculo ileopsoas, exercícios de fortalecimento dos flexores do quadril e propriocepção. Em geral o atleta/desportista responde bem ao tratamento.
Até a próxima!
Marcelo Luiz de SouzaFisioterapeuta - Crefito 2: 74644-Fmarceloluizsouza@globo.comTels: (21) 78526135 (ID: 83*17295) e 9627-5472 http://www.cartaovermelho.esp.br/index.php?name=Sections&req=viewarticle&artid=436&page=1

Dor nos Joelhos






Dor nos Joelhos
Quais as causas de dor nos joelhos?
Dor em joelho é extremamente freqüente. Há dezenas de causas. Algumas são muito comuns e fáceis de diagnosticar, mas há situações em que o esclarecimento do problema pode ser uma tarefa lenta e trabalhosa.
Na tabela1, abaixo estão as doenças mais freqüentes.
Diagnóstico
Características
Síndrome de dor Patelo-femural(Patelo = rótula)
Jovens. Rótula mal Alinhada em sua articulação com o fêmur.
Implantação alta da rótula*
Jovens
Síndromes de sobrecarga*
Atletas, corredores, dançarinas, obesos.
Defeito alinhamento entre coxas e pernas*
Pernas “em xis”, arqueadas, rotadas.
Hipermobilidade da rótula *
A rótula desliza fora da calha no fêmur.
Doenças da rótula *
Condromalacia, osteocondrite.
Síndrome do coxim gorduroso
Dor na “bola” de gordura que se forma na região interna do joelho.
Bursite
Na frente ou abaixo da rótula.
Tendinite
Mais freqüente na região interna da perna.
Doenças dos meniscos **
Após traumatismo ou em idosos. Também ocorre em situações de sobrecarga crônica.
Ruptura parcial ou total de ligamentos **
Traumatismo.
Doença de Osgood-Schlatter **
Dor e inchume na perna logo abaixo da rótula. Entre 9 e 15 anos. Mais em sexo masculino (ver osteonecroses).
Doenças da membrana articular (sinovial)
Sinovite vilo-nodular, condromatose**, tumores malignos**.
Osteoartrite (artrose)
Desestruturação da cartilagem.
Artrite (sinovite)
Doenças inflamatórias ou infecciosas.
Tabela1
Há duas situações bem distintas em relação à problema dor no joelho.
Em uma, há um problema local, isto é, uma ou mais estruturas que compõem o joelho apresentam-se com algum tipo de defeito.
Este pode ser congênito (defeitos das rótulas) ou instalar-se posteriormente como, por exemplo, ruptura ou degeneração de meniscos.
Essas são patologias ortopédicas e, geralmente, manejadas por ortopedistas. Reumatologistas podem intervir em fases iniciais ou quando não houver indicação cirúrgica.
Na outra situação um ou ambos joelhos estão inchados.
Por que os joelhos incham?
Quando uma articulação está inchada, há artrite, que significa inflamação articular. Logo, o que precisamos saber é: por que o joelho está inflamado?
Mas o que é inflamação? É a mesma coisa que infecção? NÃO!
Inflamação é uma reação do organismo a uma agressão no sentido de eliminá-la. Como conseqüência, desenvolvem-se calor local, vermelhidão (eritema), inchume (edema) e dor.
Um corte ou uma laceração na pele provocam inflamação sem infecção e o resultado final, ao curar, é a cicatriz. Se em uma incisão cirúrgica aparecer pus, significa que cresceram bactérias, ou seja, infeccionou. Quando a doença inicial é a infecção, o mecanismo de defesa do organismo é a reação inflamatória. Nesse caso, a infecção leva a uma inflamação.
Na "Tabela 1", nos diagnósticos em que há o asterisco (*) só haverá edema em fases mais avançadas. Ou seja, os pacientes estão com joelhos "secos". Mais tarde, devido às lesões locais provocadas pelos variados estímulos inadequados inerentes a cada doença, desenvolve-se a reação inflamatória. Nesses casos, o edema articular costuma ser pequeno, contrastando com a dor e a limitação de função, que podem ser importantes.
A síndrome do coxim gorduroso é freqüente. Aparece preferentemente em mulheres obesas a partir da 5a década. Se houver edema, esse é localizado, ocorrendo geralmente tendinite ou bursite associada (tendinite ou bursite anserina).
Bursas são cavidades fechadas localizadas em íntima vizinhança com tendões e articulações. Podem inflamar secundariamente à inflamação dos tendões, por traumatismo ou como manifestação de alguma doença como a gota, quando depósitos de cristais de ácido úrico provocam a inflamação. Em geral, as bursites de joelho são facilmente percebidas. As bursas localizadas na frente ou abaixo das rótulas podem infectar a partir de infecção da pele vizinha.
As tendinites estão apresentadas em capítulo próprio. O mecanismo que se caracteriza por ser mais freqüente na produção da tendinite é o desgaste que ocorre devido ao uso continuado ou exagerado dos tendões. Há minúsculas rupturas das fibras que compõem os tendões, levando a reação inflamatória local e cicatrização. A repetição do evento pode levar a "rasgões" nos tendões com variadas repercussões clínicas.
Nos joelhos, mais freqüente vê-se a tendinite anserina. Localiza-se na parte interna da perna e leva este nome devido à forma anatômica dos tendões que aí se inserem, semelhante a uma pata de ganso.
É uma causa bastante encontrada de joelho seco doloroso (periartrite seca de joelho). Pode haver discreto edema localizado. Quando houver edema intenso, deve-se pensar em outras causas, tais como gota, artrite reumatóide e infecção.
As doenças assinaladas com (**) estão apresentadas em artigos, na seção de ortopedia desse site.
Sinovite vilo-nodular é rara. É uma doença em que há crescimento anormal benigno (não é câncer) da membrana sinovial. O diagnóstico é feito por meio de ressonância magnética ou biópsia.
Osteoartrite somente provoca edema articular em fase avançada. Leia mais sobre osteoartrite em artigo específico nesse site.
Artrite de Joelhos
Sofri um traumatismo e o joelho está doendo. O que faço?
Consulte um ortopedista.
Sofri um traumatismo e o joelho inchou. O que faço?
Consulte um ortopedista.
Sofri um traumatismo há uma semana e hoje o joelho inchou. O que faço?
Consulte um reumatologista.
Acho que sofri um traumatismo ontem e os dois joelhos estão doendo. O que faço?
Consulte um reumatologista.
Sofri um traumatismo ontem. Hoje estou com um joelho inchado e outras articulações e/ ou a coluna doendo. O que faço?
Consulte um reumatologista. Traumatismo em um joelho não provoca artrite à distância.
Acordei esta manhã com um ou os dois joelhos inchados. O que faço?
Consulte um reumatologista.
Pratico vários esportes com impacto e sofro lesões eventualmente, as quais meu ortopedista sempre resolve. Meu joelho está novamente doloroso, mas desta vez tenho outros sintomas atuais ou recentes (um ou mais): mal estar, febre, secreção pela uretra, ardência para urinar, lesões de pele, diarréia, dor na coluna ou nas nádegas, outras articulações inchadas ou doendo). O que faço?
Consulte um reumatologista.
Causas
Na Tabela 2, a seguir, estão listadas as doenças que mais freqüentemente podem iniciar com artrite de um ou dos dois joelhos. Esses esclarecimentos , entretanto, servem como orientação inicial.
Consulte sempre seu médico! Somente um profissional especializado poderá lhe orientar com segurança!
Causas Não Traumáticas De Artrite De Joelhos
(a doença pode iniciar com artrite isolada de um joelho)
Diagnóstico
Características
Artrite reativa (síndrome de Reiter)Não é raro início em joelho.
Muito mais freqüente em adultos jovens. Pesquisar infecção genital, urinária ou intestinal (ver artigo específico). Geralmente inicia com mais de uma articulação comprometida.
Gota
Monoartrite aguda. Depósito de cristais de ácido úrico. Homens adultos. Mulheres, após a menopausa. Crises anteriores em qualquer articulação.
Condrocalcinose
Artrite aguda ou crônica. Depósito de cristais de pirofosfato de cálcio. Crises anteriores em qualquer articulação.
Psoríase (artropatia psoriásica)
15% dos portadores de psoríase têm artrite.
Artrite reumatóide.
Muito raro iniciar com artrite isolada de joelhos.
Osteoartrite
Se não for doença avançada, procurar outra causa.
Artrite gonocócica
Febre baixa. Gonorréia. Pesquisar na mulher. Pode não haver sintomas genitais. Artrite passageira em outras articulações antes da monoartrite. Podem aparecer tendinites e bolhas.
Artrite séptica não gonocócica.
Monoartrite aguda com pus. Febre elevada , queda do estado geral, infecção em outro local.
Espondilite anquilosante
Início muito mais freqüente em jovens. Pesquisar dor e movimentos da coluna. Radiografia das articulações sacro-ilíacas estará alterada.
Lúpus eritematoso
Muito raro iniciar somente com artrite de joelhos. Doença mais freqüente em mulheres jovens ( ver artigo específico).
Artrite tuberculosa
Artrite crônica. Geralmente febre noturna com sudorese. Tuberculose em outro local.
Tabela2
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Qual é o diagnóstico?
É uma doença degenerativa localizada nos joelhos ou faz parte de outra doença?
Qual a finalidade do tratamento?
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
Há interferência com outros remédios que estou usando?
Quais os efeitos colaterais?
Cuidados com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?
Problemas com obesidade?
Qual a importância de exercícios?


Exercício Físico Diminui Inflamações em Veias Sanguíneas





Exercício Físico Diminui Inflamações em Veias Sanguíneas

Um estudo recente sugere que o exercício reduz a inflamação interior das veias sanguíneas.Desde sempre se soube dos benefícios do exercício físico na redução da probabilidade de vir a ter doenças cardíacas, no entanto, um recente estudo sugere agora que também reduz a inflamação interior das veias sanguíneas. O níveis da proteína C-reactiva, um componente usado para medir a inflamação corporal, mostrou níveis mais baixos entre os participantes que praticavam mais exercício físico. “Os resultados deste estudo mostram que o exercício físico é inversamente associado aos níveis de concentração da proteína C-reactiva, sugerindo que a actividade física regular pode reduzir a inflamação”, disse Earl S. Ford, líder do estudo levado a cabo no Centers for Disease Control and Prevention, em Atlanta, nos EUA. 28 de Agosto de 2002
Pode encontrar este artigo em:
http://http://saude.sapo.pt/artigos/?id=793039

Inflamação no Nervo Ciático - texto educativo









Ortopedia/Ossos
Dor no ciático

Saiba o que é a dor do nervo ciático, quais as causas, os sintomas, o tratamento e a forma de prevenção do problema.
A dor do nervo ciático é causada pela inflamação deste nervo, percorre a região da glútea e a parte posterior das pernas. Pessoas que ficam sentadas durante muito tempo, como motoristas de ônibus e táxi, são alvos preferenciais da dor do nervo ciático. Isso acontece porque o fêmur, osso da coxa, pode comprimir o nervo ciático e provocar dores. Essa dor pode surgir também quando se está em pé ou caminhando e ocorre uma contração muscular que comprime o nervo. Idosos e mulheres que usam salto alto com freqüência também estão mais propensos a ter a inflamação.
Uma das causa da dor do nervo ciático é a hérnia de disco, que é o deslocamento da substância gelatinosa que age como uma “almofada” entre diferentes vértebras que integram a coluna. Os discos formam hérnias por enfraquecimento, sobrecargas ou movimentos bruscos. Além da hérnia o problema também pode ser causado por uma afecção artrítica das vértebras ou um tumor. Dores semelhantes às causa das pelo nervo ciático podem ser sintomas de outras doenças, o que exige consulta médica para o diagnóstico e tratamento adequado.
O primeiro sintoma é uma dor intensa ao longo de toda a extensão do nervo ciático, que, em geral, só desaparece quando a pessoa deita. Quando o ataque é forte, tende-se a contrair a região lombar e a dobrar a perna dolorida.
O repouso é o melhor remédio para a inflamação do nervo ciático. A dor também pode ser atenuada com uma postura que relaxe o nervo, como a flexão dos joelhos, como as costas bem apoiadas em uma superfície plana e moderadamente rígida. Os ataques do nervo ciático devido à hérnia de disco pode prolongar-se por várias semanas e, neste caso, o médico sugere repouso e, de acordo com a intensidade da dor, antiinflamatórios e compostos vitamínicos do grupo B. Nos casos de hérnia de disco, a alternativa é a cirurgia.
Os adultos, especialmente aqueles com problemas nas costas, devem evitar movimentos bruscos e não carregar peso. Os que pertencem a este grupo de risco podem fortalecer a musculatura das costas com exercícios suaves e controlados. Também é recomendável o uso de sapatos confortáveis. O salto alto do calçado feminino tende a acentuar a carga do peso do corpo na região inferior das costas, e, por isso, o seu uso deve ser limitado.
http://www.unimed.com.br/unimed/portal/index.jsp
IMPORTANTE
Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
As informações disponíveis no site da Dra. Shirley de Campos possuem apenas caráter educativo.
Publicado por: Dra. Shirley de Campos