terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Preconceito, Câncer maligno que se espalha










PRECONCEITO (Fr.Francisco van der Poel ofm, 2005)
Forma de autoritarismo social de uma sociedade doente. Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência. Estas atitudes vem acompanhadas por teorias justificativas. O racismo e o etnocentrismo defendem e praticam a superioridade de povos e raças.
Alguns preconceitos étnicos: “Todo cigano é ladrão.” "O judeu é perverso": v. Anti-semitismo. "Os índios em geral são improdutivos e preguiçosos"; "Todo negro é adepto de feitiçaria". Outros preconceitos: a mulher no volante e o velho vagaroso são ridicularizados e acabam excluídos. Há patrões que defendem: "A todo operário falta a inteligência”. O pobre que "nada tem" (não contribui financeiramente, não compra, não paga imposto) e "nada sabe", é marginalizado na sociedade. Não vendo a sua participação valorizada, ausenta-se. Em seguida, os pobres são acusados de apatia, preguiça, ingenuidade e de fuga nas festas. Finalmente lembramos aqui os preconceitos moralistas contra o corpo nu, contra a dança, a umbigada. E o preconceito contra a magia.
O preconceito pode ser motivado pelo medo. Falta a coragem de ir conhecer um terreiro do candomblé, de visitar um doente com aids. O medo da lepra tem uma história milenar.

Há uma espécie de preconceito espontâneo em relação a tudo que é diferente ou desconhecido. É preciso "des-preconceituar", na igreja oficial, a maneira de ver a religião do povo, mesmo aquilo que pareça estranho ou esquisito ao "modus vivendi" oficial. Na igreja oficial, ainda encontramos cientistas, padres e outros que impõem seu modo de pensar e sentir como norma a todos. Riem dos “outros” ou ficam com dó. E isso atrapalha o processo da inculturação. É preciso entender a manifestação religiosa popular em sua gênese, em suas razões, em seus mecanismos de resistência. A religiosidade popular é a vida e a religião dos pobres e não pode ser reduzida à raridade, ao pitoresco, ao curioso, ao folclórico.

domingo, 29 de novembro de 2009

Dá emoção a lesão parte 1 - psicossomática









Da emoção à lesão diz respeito às doenças com verdadeiro componente orgânico, detectável por exames clínicos e não à somatização ou conversão, que são quadros onde existe a queixa mas não se encontra alterações orgânicas.
Clinicamente, uma ampla variedade de transtornos psicofisiológicos pode estar associada à ansiedade, entre eles os transtornos cardiovasculares, digestivos, as cefaléias, a síndrome pré-menstrual, a asma, transtornos dermatológicos, transtornos sexuais, a dependência química, os transtornos da alimentação, debilidade do sistema imune etc.
As classificações tradicionais dos transtornos psicofisiológicos descrevem as seguintes doenças relacionadas com variáveis psicológicas.
ALGUMAS (POUCAS) DOENÇAS PSICOFISIOLÓGICAS
Transtornos cardiovasculares
enfermidade coronariana, hipertensão arterial, arritmias
Transtornos respiratórios
asma brônquica, síndrome de hiperventilação, rinite alérgica
Transtornos endócrinos
hiper ou hipotiroidismo, doença de Addison, Síndrome de Cushing, alterações das glândulas paratireóides, hipoglicemia, diabetes
Transtornos gastrintestinais
transtornos esofágicos, dispepsia, úlcera péptica, síndrome do cólon irritável, colite ulcerosa, Doença de Crohn
Transtornos dermatológicos
prurido, hiperhidrose, urticária, dermatite atópica, alopecia areata, psoríase, herpes, vitiligo
Dor crônica
lombalgias, cefaléias, dor pré-menstrual, fibromialgia
Reumatologia
artrite reumatóide
Transtornos imunológicos
lúpus, depressão imunológica inespecífica
Mas, com o crescente reconhecimento da implicação de fatores psicológicos ou emocionais no desencadeamento e/ou agravamento da maioria das enfermidades orgânicas, as tabelas como acima acabam perdendo totalmente o valor. Quanto mais avançam os meios de investigação da patologia, mais se evidencia relevância dos fatores psicológicos na etiologia e desenvolvimento de um grande número de doenças até então não consideradas como psicofisiológicas. Esses transtornos englobam desde doenças neurológicas, como a Esclerose Múltipla, até enfermidades infecciosas, como a tuberculose, enfermidades imunológicas, como a leucemia (Wittkower y Dudek, 1973).
Julierme Cristo ( Super-Fisio para os amigos)! kkkkkkkkk

Câncer do Colo do útero












Câncer do Colo do Útero
Epidemiologia
Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008.
Fatores de RiscoVários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, sendo que alguns dos principais estão associados às baixas condições sócio-econômicas, ao início precoce da atividade sexual, à multiplicidade de parceiros sexuais, ao tabagismo (diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados), à higiene íntima inadequada e ao uso prolongado de contraceptivos orais. Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e na sua transformação em células cancerosas. Este vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero.Estudo comparando estratégias para a detecção precoce do câncer do colo do útero e suas lesões precursorasEstratégias de Prevenção
A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do uso de preservativos durante a relação sexual. A prática do sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV, vírus que tem um papel importante no desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer.
A principal estratégia utilizada para detecção precoce da lesão precursora e diagnóstico precoce do câncer (prevenção secundária) no Brasil é através da realização do exame preventivo do câncer do colo do útero (conhecido popularmente como exame de Papanicolaou). O exame pode ser realizado nos postos ou unidades de saúde que tenham profissionais da saúde capacitados para realizá-los.
É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois a sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero na população de risco. O INCA tem realizado diversas campanhas educativas, voltadas para a população e para os profissionais da saúde, para incentivar o exame preventivo.
O exame preventivo do câncer do colo do útero (exame de Papanicolaou) consiste na coleta de material citológico do colo do útero, sendo coletada uma amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte interna (endocérvice).
Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à escamação ou esfoliação da superfície externa e interna do colo através de uma espátula de madeira e de uma escovinha endocervical.
Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Neste caso, são coletadas amostras do fundo-de-saco vaginal posterior e da ectocérvice, mas não da endocérvice, para não estimular contrações uterinas.
A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame. Além disto, exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado.
Quem e quando fazer o exame preventivo? Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade.
Inicialmente, um exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames seguidos (em um intervalo de 1 ano) apresentarem resultado normal, o exame pode passar a ser feito a cada três anos.
Se o exame acusou: • Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, é necessário fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se já houver um resultado negativo no ano anterior, o exame preventivo deverá ser feito daqui a 3 anos;• Alteração (NIC I): repetir o exame daqui a 6 meses;• outras alterações (NIC II e NIC III): o médico deverá decidir a melhor conduta. Será necessário fazer novos exames, como a colposcopia;• infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido daqui a 6 meses; • amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame. Repetir o exame logo que for possível.
Independente desses resultados, é possível que a mulher possa ter alguma outra infecção que será tratada, devendo seguir o tratamento corretamente. Muitas vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações diretamente dos profissionais de saúde.
VacinaçãoRecentemente foi liberada uma vacina para o HPV. No momento está em estudo no Ministério da Saúde o uso pelo SUS. É importante enfatizar que esta vacina não protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas. Saiba mais sobre HPV.
Sintomas: existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de possíveis lesões precursoras é através da realização periódica do exame preventivo. Conforme a doença progride, os principais sintomas do câncer do colo do útero são sangramento vaginal, corrimento e dor. O tratamento adequado para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico.
Super-Fisio, 29/11/09.
Julierme Cristo.

Câncer de Próstata



Epidemiologia

O aumento observado nas taxas de incidência pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida do brasileiro.
Na maioria dos casos, o tumor apresenta um crescimento lento, de longo tempo de duplicação, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ e acometendo homens acima de 50 anos de idade.

Fatores de Risco

Assim como em outros cânceres, a idade é um fator de risco importante, ganhando um significado especial no câncer da próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam exponencialmente após a idade de 50 anos.

História familiar de pai ou irmão com câncer da próstata antes dos 60 anos de idade pode aumentar o risco de câncer em 3 a 10 vezes em relação à população em geral, podendo refletir tanto fatores hereditários quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.

A influência que a dieta pode exercer sobre a gênese do câncer ainda é incerta, não sendo conhecidos os exatos componentes ou através de quais mecanismos estes poderiam estar influenciando o desenvolvimento do câncer da próstata. Contudo, já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, não só pode ajudar a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não transmissíveis.

Sintomas

O Câncer da próstata em sua fase inicial tem uma evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes ao crescimento benigno da próstata (dificuldade miccional, freqüência urinária aumentada durante o dia ou a noite). Uma fase avançada da doença pode ser caracterizada por um quadro de dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, como infecções generalizadas ou insuficiência renal.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de próstata é feito pelo exame clínico (toque retal) e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA, sigla em inglês), que podem sugerir a existência da doença e indicarem a realização de ultra-sonografia pélvica (ou prostática transretal, se disponível). Esta ultra-sonografia, por sua vez, poderá mostrar a necessidade de se realizar a biópsia prostática transretal.

Tratamento

O tratamento do câncer da próstata depende do estagiamento clínico. Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo uma observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática, o tratamento de eleição é hormonioterapia.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.

Detecção precoce do câncer da próstata

A detecção precoce de um câncer é composta por ações que visam o diagnóstico precoce da doença em indivíduos sintomáticos e por ações de rastreamento, que é a aplicação de exames para a detecção da doença em indivíduos assintomáticos. A decisão do uso do rastreamento como uma estratégia de saúde pública deve se basear em evidências científicas de qualidade. No momento não existem evidências de que o rastreamento para o câncer da próstata identifique indivíduos que necessitam de tratamento ou de que esta prática reduza a mortalidade do câncer de próstata. Desta forma, o Instituto Nacional de Câncer não recomenda o rastreamento para o câncer da próstata e continuará acompanhando o debate científico sobre este tema, podendo rever esta posição quando estiverem disponíveis os resultados dos estudos multicêntricos em curso.

Leia também:

Veja como se proteger

Estimativa de Incidência de Câncer para 2008


http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=339.
Tudo posso naquele que me fortalece ( Filipenses 4:13).
Julierme Cristo.

Câncer Anal


O ânus é o músculo que controla a saída das fezes, localizado na extremidade do intestino grosso.
Tumores anais são aqueles que ocorrem no canal e margens anais. O canal anal (parte interna do ânus) é a região entre a fenda anal e o anel anoretal, marcado pela musculatura puboretal. Tumores no canal anal são mais freqüentes no sexo feminino e tumores na margem anal (parte externa do ânus) são mais freqüentes no sexo masculino. Esses tumores exibem diferentes tipos histológicos, sendo o tipo carcinoma epidermóide aquele que ocorre em cerca de 98% dos casos.

O câncer anal é raro, correspondendo apenas a 4% de todos os tipos de câncer que acometem o intestino grosso.


Fatores de Risco
Alguns aspectos infecciosos, como o HPV e o HIV, estão relacionados com o desenvolvimento do câncer anal. Uma dieta pobre em fibras, a prática de sexo anal, o alto consumo de produtos do tabaco, e a fístula anal crônica (doença caracterizada pela presença de um trajeto entre o canal anal e a margem do ânus com secreção purulenta) são outros fatores de risco.


Prevenção
Uma dieta balanceada, com boa ingestão de fibras e que seja pobre em gordura, é considerada uma medida preventiva. É importante estar atento para alterações nos hábitos intestinais e para a presença de sangue nas fezes. Caso isso ocorra, deve ser procurado o médico.


Detecção Precoce
Quando detectado em estágio inicial, o câncer anal possui grandes possibilidades de cura. É importante consultar um médico sempre que sintomas como dor, prurido e sangramento anal estejam presentes, principalmente nos indivíduos com fatores de risco para o câncer anal.

Os indivíduos com mais de 50 anos, fumantes, com história de fístula anal, infectados pelo HPV e com feridas no ânus, são considerados sob risco de desenvolver câncer de ânus. Procedimentos que examinem o ânus e o reto (toque retal, anuscopia e proctoscopia) são usados para a detecção destes tumores.


Sintomas
O câncer anal apresenta como sintomas mais comuns: coceira, dor ou ardor no ânus; sangramento nas evacuações; secreções incomuns no ânus; feridas na região anal e incontinência fecal (impossibilidade para controlar a saída das fezes).


Diagnóstico
Inicialmente realiza-se um exame de toque e, se necessário, uma anuscopia e proctoscopia. O diagnóstico será realizado através de biópsia de uma amostra do tecido. Outros exames, como ultra-sonografia e ressonância magnética, podem ser solicitados pelo médico para detectar a extensão do tumor e o melhor tratamento.


Tratamento
A escolha do tratamento depende do estágio do câncer anal.

O tratamento mais utilizado é uma combinação de quimioterapia e radioterapia. Esta combinação oferece uma taxa igualitária em termos de cura ao tratamento de ressecção abdômino-perineal utilizada anteriormente, com a vantagem da preservação esfincteriana.

Em estágios iniciais, o tratamento cirúrgico normalmente é eficiente para remover a parte da região afetada (lesão)

Seção de Cirurgia Abdominopélvica



Consulte a publicação Estimativa 2008 Incidência de Câncer no Brasil.
Julierme Cristo.

Câncer de Pênis




Este estudo tem como objetivo compreender a experiência de seis pacientes com câncer de pênis diagnosticados para amputação, identificando a partir dos relatos colhidos, os principais sentimentos, proposições e percepções vivenciadas por eles. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa na perspectiva fenomenológica. Os dados foram obtidos através de entrevista com pacientes do Hospital de Câncer de Pernambuco. Após a análise, os resultados encontrados constatam que o câncer de pênis é uma doença ainda desconhecida pela quase totalidade dos pacientes acometidos e que a causa maior de sua incidência também é absolutamente ignorada. Tal enfermidade oculta perdas irreparáveis tanto para o físico, que envolve a perda do membro, como para o psicológico, por ser percebida como a "perda da masculinidade", constituindo assim o "câncer de pênis com diagnóstico de amputação" uma tragédia sem precedentes na vida do homem.

Palavras-chaves:Câncer de Pênis; Amputação de Pênis; Perda da Masculinidade; Impotência; Sofrimento Masculino; Pênis e Masculinidade; Carcinoma de Pênis.


Introdução

O presente artigo tem como objetivo empreender uma discussão acerca de um tema desconhecido pela maioria da população – câncer de pênis com diagnóstico de amputação - e que acarreta graves seqüelas para o universo masculino, acometendo particularmente homens das camadas menos favorecidas da população.

A literatura sobre o tema é escassa e pouco divulgada, fato que despertou real interesse em estudá-lo e divulgá-lo.

O câncer ainda nos dias atuais é uma doença silenciosa e repleta de medos e tabus; pacientes e familiares estando face ao diagnóstico do câncer tendem a reações diversas, relacionadas principalmente a perdas e mudanças significativas em decorrência dos procedimentos propostos.

Segundo Kübler-Ross (1996) as pessoas relacionam um tumor maligno com doença fatal, via de regra, encaram o diagnóstico de câncer como uma condenação inevitável, pelo fato do câncer ser uma das principais causas de morte entre as doenças crônicas, mesmo com o avanço crescente dos tratamentos e medicamentos.

Em se tratando do câncer de pênis, verifica-se que tal enfermidade tem sua causa contribuinte decisiva a falta de higiene íntima adequada, sendo o maior fator de incidência dessa má higiene a existência da fimose por dificultar a limpeza. Ocorre ainda como agravante o desconhecimento pela população da ocorrência desse tipo de câncer. As políticas públicas de educação e prevenção não dão ênfase a este tipo de doença.

São poucas, quase inexistentes, as campanhas dirigidas ao sexo masculino, resumindo-se quase sempre à próstata.

Quando detectado em estágio inicial o câncer de pênis é curável sem precisar amputar, no entanto, o tempo transcorrido entre o início dos sinais e sintomas e a procura pelo profissional de saúde é postergado, tendo causas multifatorias como as questões sócio-culturais, vergonha, desinteresse, culpa, medo, ou mesmo o desconhecimento da gravidade da doença pelo paciente. (SBU, 2007).

Pensar em amputação remete, na maioria das vezes, a sentimentos de temor por parte do paciente e da sua família e seu significado é, invariavelmente, de derrota e incapacidade em decorrência da mutilação sofrida.

Reveste-se de inigualável e indescritível peso a amputação peniana, em função dos desdobramentos que tal ocorrência acarreta para a vida do paciente no tocante à sua masculinidade e posicionamento na sociedade. Ora, numa sociedade em que o homem é considerado o "chefe", o falo é o símbolo maior desta masculinidade e a perda do pênis é a absoluta negação desta característica, do poder viril, em que sua auto-afirmação máscula se esvai e certamente é assimilada como uma castração.

"O pênis é mais ou menos como a vida: para alguns, curta; para outros, longa; mas uma coisa é certa: quem tem, não quer perdê-lo". (RECH apud SANTOS, 2003, p.13).

Revisão da Literatura

Para delineamento do foco temático estudado faz-se necessário tecer considerações sobre a literatura.

O câncer ainda é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Classificada como uma doença crônica, onde desde o diagnóstico até os cuidados e controle da doença ou o próprio óbito, leva os familiares e envolvidos a percorrer dura trajetória, marcada por perdas e contínuas demandas familiares e sócio-econômicas.

O pênis é o órgão sexual masculino. É formado por corpo cavernoso, corpo esponjoso, uretra, glande e prepúcio. A glande que é a extremidade do pênis é recoberta por uma camada de pele, elástica, que recebe o nome de prepúcio. O estreitamento desta pele é conhecido como "fimose", tal anomalia além de dificultar manter uma relação sexual prazerosa é sobremaneira, um fator de predisposição para o aparecimento do câncer de pênis, visto que, dificulta a higiene.

Ao contrário do câncer de próstata, que não pode ser evitado, a existência do câncer de pênis é injustificável e inaceitável, pois é uma conseqüência da falta de higiene genital e preocupa pelo alto nível de mutilação que irá provocar.

A grande maioria dos pacientes só se dá conta do problema e procura ajuda médica, tardiamente, quando o estado e comprometimento já são graves.

Tumor raro nas regiões mais desenvolvidas e muito freqüentes em regiões subdesenvolvidas tem maior incidência em homens a partir dos 50 anos, muito embora possa acometer também homens mais jovens.

A sintomatologia do câncer peniano se apresenta via ferimentos que não cicatrizam mesmo com tratamento, com secreções e mau cheiro, vermelhidão duradoura, verrugas, perda de pigmentação (manchas esbranquiçadas) na glande e no prepúcio.

Destarte, o cuidado com a higiene do pênis com o uso rotineiro de água e sabão é o método infalível de se evitar o aparecimento das condições para o surgimento de tal enfermidade. Enfatize-se que a lavagem do pênis após as relações sexuais e após a masturbação é também fator imprescindível para uma boa higiene genital.

É fundamental a higiene, como também, assegurar a prática sexual com o uso de preservativo, que além de ser eficaz para evitar inúmeras doenças sexualmente transmissíveis, é útil também na prevenção do câncer de pênis por conta da relação existente entre tal malignidade e o HPV (papiloma humano); porém o papel exato da infecção pelo HPV na gênese dessa neoplasia ainda não está totalmente esclarecido.

Para ilustrar melhor como se pode diagnosticar um câncer e dizer como ele se apresenta, faz-se necessário saber que ele pode ser detectado por estágios.

Estadiamento Geral do Câncer:

As formas de estadiamento do câncer são as mais variadas possíveis levando-se em conta o órgão atingido. De forma resumida pode-se afirmar:

Estágio 1. Localizado. Via de regra confinado ao órgão de origem e, geralmente, curável com medidas locais, como cirurgia ou irradiação.

Estágio 2. Localizado, mas extenso. Pode se estender para fora do órgão de origem, mas mantém a proximidade. É, às vezes, curável com medidas locais (cirurgia e irradiação), ou então, em conjunto com a quimioterapia.

Estágio 3. Disseminado regionalmente. Estende-se para fora do órgão de origem, atravessando vários tecidos. Pode atingir linfonodos (gânglios) na região do tumor. Tem ainda o potencial de ser curado, embora as recidivas sejam mais freqüentes. O tratamento local ou sistêmico depende das características do tumor.

Estágio 4. Disseminado difusamente. Geralmente envolve múltiplos órgãos distantes e é raramente curável. (BARBOSA JÚNIOR, ATHANÁZIO & OLIVEIRA, 1984, p.15).

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) divulgou no dia 29 de maio de 2007 o 1º Estudo Epidemiológico Sobre o Câncer de Pênis e, a partir do dia 1º de junho deu início a uma campanha educativa para erradicar a doença: Campanha de Combate ao Câncer de Pênis. O padrinho da iniciativa é o ex-jogador de futebol da seleção brasileira e atual técnico do Fenerbahçe, da Turquia, Zico. O jogador foi convidado a gravar um comercial para esclarecer a população com o slogan: "Jogue limpo com o seu amigo".

A campanha foi planejada para ter início no Maranhão com moto home – equipado com TV, DVD, com programas explicativos para leigos – e uma equipe multiprofissional de saúde. Ao todo, foi proposto percorrer 20 cidades em 41 dias, promovendo palestras e distribuindo panfletos.Ficou estabelecido realizar 200 cirurgias no período. A proposta é que nos outros Estados, ao longo do mês, aconteçam palestras em hospitais públicos e panfletagem em pontos estratégicos para conscientizar a população. (SBU, 2007).

A experiência de estar doente é vivida de forma única pela pessoa. Mesmo quando alguém tenta compreender a dor do doente, ninguém sentirá o que ele sente.

O relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde define saúde num sentido abrangente, como resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade e acesso a serviços de saúde.

Saúde caracteriza-se como harmonia entre o homem seu meio ambiente físico e social.

Havendo ruptura dessa harmonia chega-se à doença, podendo-se atingir o desequilíbrio total.

Geralmente, a saúde é vista como se fosse um estado de não-doença, de não mal-estar, não-dor/sofrimento, em que o indivíduo pode continuar a desfrutar de sua vida sem alterações significativas.

A doença se apresenta por meio de sinais e sintomas no corpo ou na mente do indivíduo e neste aspecto cada pessoa tem uma maneira própria de vivenciar, interpretar e narrar suas enfermidades.

Este adoecer pode chegar a envolver a hospitalização, onde ocorre a ruptura da história de vida do sujeito; ele percebe que não é mais o mesmo e acaba sofrendo um processo de perda de identidade e passa a ser considerado doente, portador da doença, e acontece a perda de sua autonomia.

[...] o fato de ter de ser levado ao hospital e ser internado, já implica por si só uma quebra do domínio sobre si mesmo, pois neste caso, passará de uma situação de vida como agente, para uma situação de paciente, tanto no sentido psicológico quanto no orgânico. (SEBASTIANI apud CAMPOS, 2003, p. 31).

A pessoa na condição de hospitalizado vivencia um quadro de sujeito-sujeitado, visto que a instituição hospitalar impõe ao paciente rotina e procedimentos que na maioria das vezes o deixa com muitas angústias inerentes a essa internação. É de suma importância que o psicólogo hospitalar considere o doente como pessoa, com toda sua complexidade cultural, social e biológica. No processo de hospitalização, o profissional da psicologia tem diante de si um sujeito que foi até então equilibrado, sem necessariamente ser portador de algum transtorno psicológico, mas que teve sua vida desestruturada a partir da presença de sua doença. De acordo com Simonetti:

Diagnóstico é o conhecimento ou determinação duma doença pelo(s) sintoma(s), sinal ou sinais e ou mediante exames diversos (radiológicos, laboratoriais, etc.). (...) É neste momento que a pessoa experimenta a ruptura com a saúde e que acontece o desencadear da crise psicológica como paralisação da continuidade do processo de viver. (2004 p. 70 e 71).

A despeito do preconizado pela Organização Mundial de Saúde e da exigência do SUS (Portaria nº. 3535/98) obrigando a presença de psicólogos em serviços de oncologia para atendimento integral dos doentes, a realidade brasileira é ainda precária. Tal fato resulta em pacientes com sofrimento físico acrescido da dor psíquica, redundando em agravamentos da enfermidade e dificuldades quanto à reabilitação e elaboração deste momento de doença.

Segundo Carvalho (2003) a Psicooncologia é muito importante para o tratamento dos pacientes com câncer por ser a interação entre a Psicologia e a Oncologia, que busca neste momento da doença o atendimento de pacientes e familiares, o desenvolvimento de políticas de saúde e de pesquisas na área e a formação continuada dos profissionais envolvidos.Para esse autor

O aumento do número de sobreviventes e do tempo de sobrevida de pacientes oncológicos, ocorridos pelos avanços nas áreas médica e farmacológica, torna imprescindível o acompanhamento psicológico do paciente e de sua família em todas as fases do tratamento de combate ao câncer. (2003, p. 43).

Para tanto um caminho significativo seriaa Psicologia com a Psicossomática que pode ser compreendida como uma visão da relação entre Patologia e Terapêutica tendo como objetivo o tratamento de doentes e não somente de doenças; sendo assim, busca compreender a relação entre os estados emocionais e o aparecimento de sintomas somáticos e os diferentes tipos de doenças físicas.

Pela seqüência lógica do que entendemos sobre a vida, temos uma grande certeza que é a morte. Nascemos já destinados a passar por várias etapas, onde uma delas é a morte que pode aparecer a qualquer momento. Cada uma dessas etapas possui o seu próprio conjunto de características esperadas no que diz respeito, por exemplo, ao desenvolvimento físico, capacidades intelectuais e conquistas sociais. Todos nós esperamos algum acontecimento de acordo com a etapa em que nos encontramos. Porém, a morte, raramente é um acontecimento esperado, muito menos cogitado.

Não importa o momento da vida pelo qual passamos, a morte é algo que pode ocorrer a qualquer um, em qualquer momento, em qualquer lugar. Mesmo sabendo deste fato, dificilmente pensamos sobre ela ou paramos para refletir sobre os sentimentos e idéias que a ela associamos.

Dentro da literatura percorrida, foi revisitada a Fenomenologia, para que se pudesse embasar criteriosamente a pesquisa qualitativa do presente estudo.

A Fenomenologia surgiu no campo da Filosofia como um método que possibilitasse chegar à essência do próprio conhecimento, apresentando a redução fenomenológica como o recurso para empreender essa tarefa. Permite retornar à experiência vivida e sobre ela fazer uma profunda reflexão que possibilite chegar à essência do conhecimento, ou à maneira como este se constituiu no próprio existir humano. Para Forghieri "o conhecimento psicológico é reflexão e ao mesmo tempo vivência; é conhecimento que pretende descobrir a significação, no efetivo contato do psicólogo com sua própria vivência e com a de seus semelhantes". (2004, p. 59).

A essência de todos os sofrimentos humanos fundamenta-se no fato de que a pessoa perdeu essa capacidade de se abrir e de se decidir livremente acerca de suas possibilidades de comportamento normal. Os métodos psicoterapêuticos têm por objetivo devolver à pessoa, na medida do possível, a livre disposição de suas possibilidades existenciais de comportamento que correspondem aos dados do mundo.(BOSS, 1975,p. 24 apud FORGHIERI , 2004, p. 55).

Portanto, a redução fenomenológica em relação ao paciente com diagnóstico de amputação de pênis, constitui-se em voltar ao mundo real, ao momento atual em que este paciente se encontra, enquanto um ser doente, sem nenhuma interferência externa ou idéias preconcebidas, para que ele possa retornar a essa experiência vivida, podendo se expressar como ele se percebe ou se constitui em quanto ser-no-mundo.

A trajetória Metodológica

O presente trabalho teve origem nos depoimentos de 06 pacientes do sexo masculino na faixa etária entre 40 e 70 anos, atendidos no HCP - Hospital de Câncer de Pernambuco. A trajetória da busca de autorização pelo Comitê de Ética e da realização da coleta de dados foi desenvolvida no período de 10 de julho a 20 de novembro de 2007. Foi utilizado um roteiro de entrevista semi-estruturada elaborado pela pesquisadora, entrevista essa que ao realizar-se no diálogo seria gravada sonoramente em fita cassete. A entrevista ocorreu numa sala reservada e sempre após o término das consultas, quando o médico diagnosticava o paciente, definia a sua proposta para a amputação, e o encaminhava para a pesquisadora; houve também entrevista de paciente hospitalizado para ser cirurgiado. Antes da entrevista foram apresentados ao paciente explicação sobre os procedimentos da coleta de dados, o objetivo da pesquisa e a relevância da mesma, assim como o texto do termo de consentimento livre e esclarecido.

O material de estudo utilizado foi o relato de cada sujeito sobre seus sentimentos, proposições e percepções vivenciadas ao serem diagnosticados para amputação. Foi levada em consideração a experiência relacional do sujeito com a pesquisadora e a observação desta sobre ele.Foram transcritas as falas dos sujeitos, em seguida literalizadas para adequação à comunicação social da região, sempre mantendo fidelidade à mensagem da pessoa para, a partir de então se buscar a análise e compreensão qualitativa apoiada na fenomenologia.

A metodologia utilizada para a análise dos dados baseia-se na pesquisa qualitativa dentro da perspectiva fenomenológica, seguindo estudiosos que fornecem sustentação a essa abordagem.A inspiração para isso teve por base:

A redução fenomenológica consiste em retornar ao mundo da vida real, tal qual aparece antes de qualquer alteração produzida por sistemas filosóficos, teorias científicas ou preconceitos do sujeito; retornar à experiência vivida e sobre ela fazer uma profunda reflexão que permita chegar à essência do conhecimento, ou ao modo como este se constituiu no próprio existir humano. (FORGHIERI, 2004 p. 59).

Nessa concepção, buscou-se a imersão, compreensão e identificação nos relatos colhidos para por em evidência os principais sentimentos, proposições e percepções destes pacientes.De acordo com Forghieri (2004, p.58) "o método fenomenológico apresenta-se à Psicologia, como um recurso para a pesquisa da vivência".

Construindo os Resultados
Após as leituras dos seis discursos das entrevistas, foi feita a transcrição do material colhido, seguindo-se a literalização dos textos, isto é, a adequação dos mesmos à compreensão social, mantendo completa fidelidade à mensagem original do entrevistado.

Vale salientar que dos seis entrevistados, um deles recusou-se a fazer a gravação, preferindo que a pesquisadora escrevesse sua fala. Um outro iniciou com a gravação e no meio da entrevista solicitou que não fosse mais gravado e sim escrito pela pesquisadora. Também aconteceu a recusa de participação por parte de dois pacientes que não foram computados no total dos seis, por terem os mesmos declinados da entrevista.

Foi buscada inicialmente, a compreensão do sujeito e de suas revelações, seguida do entendimento e da descrição detalhada dos principais sentimentos, proposições e percepções vivenciadas pelos entrevistados diagnosticados para amputação de pênis. Posteriormente, foram identificadas as unidades de significados contidas nas revelações dos entrevistados e por fim, realizada a síntese das mesmas para chegar à essência do fenômeno. "É o homem que infunde significados ao mundo". (MERLEAU-PONTY, 1994, p. 25).

A síntese se deu, partindo das temáticas centrais levantadas no objetivo da pesquisa e a análise dos dados foi fundamentada a partir da revisão da literatura pertinente ao estudo proposto.

O ser humano dificilmente consegue se preparar no percurso de sua vida para vivenciar passagens que são inerentes à sua existência. Desde o nascimento, os seres humanos passam por alterações físicas e psicológicas, cognitivas e sociais, transformações que permeiam toda a sua vida.

Ao longo do seu viver o homem encontra condições para elaborar equacionamentos para problemas contemporâneos, crises sociais atuais, cura das mais variadas doenças e para o prolongamento da vida. Desta maneira, o homem no mundo desenvolve seus sentimentos pessoais de acordo com sua subjetividade, mas o seu sentir surge carregando consigo sua experiência de vida, sua autopercepção, e sua perspectiva de futuro. Para Forghieri (1984) durante o adoecer, envolvendo a hospitalização e o pré-operatório o paciente experiencia ambigüidade de sentimentos, pois esse momento da vida em que a pessoa está prestes a assumir um novo modo de ser-no-mundo, desperta uma infinidade de sentimentos, verbalizados ou não.

As pessoas participantes deste estudo serão identificadas ao longo deste trabalho, com códigos do tipo A1, A2, A3, A4, A5 e A6, a fim de manter o anonimato e preservar suas identidades.

No tocante ao sentimento, foi possível resgatar, nos discursos dos pacientes, as expressões características de dor, negação, revolta, culpa, medo, conflito, tristeza, incerteza, insegurança e choro, onde os gestos e expressões faciais comunicavam a dificuldade em viver na iminência de uma cirurgia de amputação de pênis. Evidenciou-se nos discursos dos pacientes que esses múltiplos sentimentos determinam e influenciam todo o processo em torno do adoecimento. Relataram um total desconhecimento desta enfermidade e dos caminhos e fatores que a ela conduzem. Explicitaram a "aceitação" da inevitável cirurgia diante do impacto deste diagnóstico. Alguns fragmentos de falas revelam isto:

(...) Ficar em hospital a gente sente como ficar na prisão e ainda mais esperando o que eu estou esperando, é para mim como esperar um castigo muito grande, melhor seria a morte,ficar dependendo dos outros é ainda pior.A1

(...) Olhe, hospital é lugar que a gente só vem quando precisa, quando necessita mesmo, mas, é muito ruim. A verdade é que eu me sinto muito humilhado e dando trabalho para os outros, para tudo; tenho um sentimento de tristeza. Quando estou em casa à gente se sente melhor, tem a família, a gente vê as pessoas, pede uma coisa a um a outro, conversa, é bem melhor. Eu acho que só quem gosta de hospital são os médicos e as enfermeiras, as pessoas que trabalham nesse lugar.A3

(...) Foi uma surpresa... (paciente baixa a cabeça e faz silêncio), ruim, muito ruim. (...) Foi muito doloroso, fiquei desesperado, com medo, não sabia nada sobre esse câncer de pênis (...) A1

(...) A gente fica muito abalado nesta hora com uma noticia ruim desta, fiquei triste, revoltado e com vontade de chorar e chorei. Já tinha escutado sobre o câncer, mas não de pênis. Não foi fácil, nem tem sido, conviver com essa incerteza de que vai ficar bom e pensando em ficar sem o meu pênis.A2

(...) Receber a notícia dessa doença foi muito ruim. Eu não acreditava e perguntava por que comigo? Como pode alguém que nunca matou nem uma mosca ter uma coisa assim. Eu queria morrer depois que eu compreendi que era realmente uma coisa grave e que eu ia ficar sem... (choro intenso) meu... pênis. Eu não sabia nada sobre esse câncer só ouvia falar em câncer de próstata, mas esse danado de câncer que deixa o homem ficar sem ser mais homem, esse... eu fui sorteado com coisa ruim.A3

(...) No dia que recebi a notícia mesmo, confirmada, que era câncer, aí eu morri, nesse instante eu me senti morto, eu fiquei desesperado com essa notícia, eu vi a morte de perto. Tive a sensação de que não ia agüentar viver.A4

(...) Eu não compreendia nada que o médico falava não, então eu achava que ia me operar e ficar bom logo. Depois foi que eu entendi que era para ser cortado. Aí minha filha, eu fiquei desarvorado, assim meio sem juízo, me sentindo sem vida, muito desesperançado e triste. Não queria acreditar naquilo de jeito nenhum. Eu num vou cortar não doutor, de jeito nenhum eu deixo cortar.A5

Tendo perpassado as principais expressões características dos sentimentos dos entrevistados, pode-se perceber a difícil escolha destes em optar por ficar doente e antecipar a morte ou "aceitar" a amputação para "sobreviver". Pode-se perceber também, sentimento acerca da morte permeando suas vivencias neste momento do despertar para a gravidade de sua doença.

Finalmente, somos vivos, mas também mortais. Vivemos e morremos, de certo modo simultaneamente, pois, a cada dia que passa nossa existência tanto vai se ampliando quanto vai se tornando mais curta. No decorrer de nosso existir caminhamos, a cada dia, pra viver mais plenamente, assim como pra morrer mais proximamente. (FORGHIERI, 1984, p. 18).

Apreciaremos a seguir as proposições reladas pelos entrevistados.

Perder uma parte do corpo é ter alterada toda sua existência, é viver uma incompletude que traz consigo uma série de alterações no existir do indivíduo. A fenomenologia da percepção descreve o corpo como fenomenal, agente ativo na produção da experiência, e como virtual, um campo de possibilidades que se volta para um ambiente que ele mesmo constrói. (MERLEAU-PONTY, 1994, p. 25).

Quando se perde alguma parte do corpo, se faz necessário adaptar-se, readaptar-se, aprender a viver novamente, no entanto, de acordo com os aspectos desvelados nas proposições colocadas, esses homens não conseguem imaginar uma nova perspectiva de vida para o futuro, diante do diagnóstico de amputação do pênis, muito pelo contrário, as proposições mostraram que viver essa amputação é incorporar ao seu existir algo não desejado que com certeza o deixará inutilizado como trabalhador e principalmente como homem, macho e chefe.

"Na vivência da decepção o homem sente-se joguete do destino,... a dor é como um poço sem fundo, no qual nunca se pode atingir o absoluto" (FRANKL, s/d, p. 109 apud FORGHIERI, 2004, p. 46). As falas que se seguem explicitam esse fato:

(...) Eu não tenho falado diretamente para nenhum homem que eu conheço, para que eles não debochem da minha cara, dizendo que eu não sou mais homem; eu tenho muita vergonha e tristeza de falar deste assunto (se emociona, puxa um lenço e enxuga as lágrimas); a minha vida acabou e eu sei que os outros homens que não estão cortados, que ainda têm o seu... pênis,vão rir de saber que eu vou ser capado.A3

(...) Eu já estou doente a tanto tempo, que acredito que não vou ficar curado, pois a coisa tá feia. Então no ano passado quando comecei a sentir dores e que o problema tava ficando sério, resolvi me casar [de papel passado] com a mulher com que já vivo há 25 anos, para que se eu morrer deste câncer... ela não fique desamparada, já que nem filhos eu pude ter, pois os dois filhos que temos, um é [só] dela e o outro é adotado.A4

(...) Olha eu não sei nem o que dizer neste momento; eu estou tão nervoso, tão irritado que meu pensamento está assim voando, não tem direção certa. Assim mesmo eu vou ver se depois de "cortado"... (fica cabisbaixo e em silêncio) eu consigo falar para outras pessoas [que se cuidem, para continuar] a viver e não morrer... ("chora neste instante").A4

(...) Não consigo me imaginar sem meu pênis, minha vida acabou, pode crer, ainda mais agora mijando como mulher... Para que viver se vou ficar sem meu pênis. Não sirvo mais para nada, ter saco só de enfeite?A6

(...) Eu penso que como homem eu não sirvo mais. Acho que trabalhar eu não vou mais conseguir; não com coisa pesada; nos braços eu tenho força, mas não sei o que é um homem sem pênis ainda.A3

(...) Não, eu não tenho mais futuro pra frente. Eu penso, se eu não morrer agora eu vou morrendo aos poucos de desgosto de não ser mais homem, vou ser um deficiente... Não presto mais para nada, não vou mais ser o homem da casa nem vou merecer mais respeito desse jeito.A2

(...) Eu penso que vou tentar tocar minha vida de onde parou: meu trabalho e a rotina, mas a vida sexual, essa acabou, é o que vai me fazer mais falta e isso me dói muito, como se estivesse com uma faca enfiada no peito.A5

Após os relatos das proposições acima apresentados, parte-se neste momento para apreciação das principais expressões características das percepções que foram apresentadas nas falas.

O nosso existir é realmente cheio de incertezas, pois decorre num fluxo crivado de paradoxos e de riscos que nos dificultam ter segurança para agir.

Enquanto o paciente não visualiza claramente as possibilidades que se apresentam – isto em relação a ficarem vivos após a cirurgia -, que requerem redimensionamentos sofre por falta de proposições positivas em relação à vida futura, onde somente as proposições negativas que envolvem a dependência do outro ganha amplitude na vivência deste. O paciente passa a preocupar-se com a dependência, vislumbrando-a como futuro marcado por sofrimento. A existência é uma abertura à percepção e compreensão de tudo o que ela apresenta. Tal abertura "é a condição da liberdade humana" (FORGHIERI, 2004 p. 46).

O câncer afeta muitos aspectos da vida do indivíduo como um todo e em se tratando de algum tipo de câncer nas partes genitais envolve principalmente a sexualidade em sua dimensão física e emocional. O câncer implica num elevado grau de comprometimento na auto-imagem corporal, podendo acarretar danos ao conceito que se tem de si próprio, à percepção e à aceitação ou não da própria sexualidade dentro do relacionamento sexual.

Quando mudanças quase sempre agressivas e inesperadas ocorrem, alterações igualmente abruptas assolam o senso de identidade da pessoa juntamente com sentimentos de intensa insegurança e medo. A percepção do próprio corpo é fundamental tanto para se lidar com a própria sexualidade como para se relacionar com o outro; assim pensar uma mutilação de alguma parte do corpo é mudar a sua forma de se perceber.

Os entrevistados relataram os conflitos entre a forma idealizada de como o homem se percebe e a imagem real causada pela enfermidade.

A possibilidade de uma cirurgia mutiladora e até mesmo a ocorrência de episódios de dor e efeitos colaterais que envolvem o tratamento de câncer, alteram a percepção e, portanto, a sexualidade, tendo repercussões negativas na identidade que podem desorganizar o funcionamento na vida a dois. Isto pode ser percebido claramente nos discursos a seguir:

(...) Me percebo como uma pessoa perdida, sem vida, sem prumo, sem rumo. Não consigo trabalhar, não tenho vontade de viver, fico deitado o tempo todo, tenho vontade de morrer, acho até que seria melhor para todo mundo.Eu vou ser um homem morto - vivo sem o meu... (silencia, passa a mão na cabeça) pênis, (...) Me vejo uma pessoa inútil, (...) Essa cirurgia de cortar o meu pênis vai me deixar um homem partido pela metade; eu preferia morrer na hora da cirurgia.A1

(...) Eu percebo que a minha vida deveria acabar agora. Vou solicitar ao médico algum remédio para morrer (...) Para que eu vou servir com o pênis cortado, sem fazer a coisa mais importante na vida do homem, o sexo.(...) Me percebo destruído, acabado como uma terra em que não se pode plantar, me percebo morto.A2

(...) Penso que eu vou levar galha da minha mulher, eu não vou agüentar essa vida assim, não vou conseguir (chora).A2

(...) Agora falei tudo para minha mulher até que meu irmão disse que se eu fosse mesmo cortar eu mandasse logo ela embora de casa. (...) Não vou mais poder fazer sexo com ela. A4

(...) Eu sei que estou doente, mas não queria cortar. (...) Como macho, percebo que eu preferia não cortar, pois a gente nasce para morrer com tudo que Deus deu principalmente uma coisa certa do homem.A6

(...) Eu me acho muito fraco, sem coragem, sem querer conversar esse assunto com ninguém; sinto como se fosse ser enforcado na frente de todos, sem pena nem dó, (...) Não queria perder "meu companheiro", é uma coisa que vai me fazer muita falta, principalmente pelo sexo.A5

(...) Diretamente eu sempre digo que a gente tem três ou quatro tempos para morrer... (pára, pega o lenço e chora silenciosamente): quando criança, jovem, adulto e depois velho. Eu me sinto hoje velho, não por causa da idade e sim por causa da doença, (...) Me vejo como um homem velho que não funciona mais como macho, um guerreiro sem a sua tribo.A3

De fato, é muito difícil predizer como o câncer e seu tratamento irão afetar cada paciente.

As mudanças provocadas pela doença indicam que a pessoa precisará se adaptar e descobrir novos caminhos para dar e receber prazer sexual, ao menos temporariamente, no entanto, não há como vivenciar uma experiência traumática como o câncer sem afetar os outros "departamentos" do relacionamento pessoal dos pacientes (MASTER & JOHNSON, 1984).

Naturalmente, com o aparecimento de uma doença crônica e grave, o processo de construção ou de manutenção da identidade conjugal é modificado ou alterado, novas demandas surgem, as questões não são as mesmas, muito menos as prioridades, tanto do casal, como da família.

"O que desapareceu no doente foi o poder de projetar diante de si um mundo sexual, de colocar-se em situação erótica ou, uma vez esboçada a situação, de mantê-la ou de dar-lhe uma seqüência até a satisfação". (MERLEAU-PONTY, 1994, p. 118).

Os relatos percorridos permitiram desvelar os sentimentos, proposições e percepções vivenciadas pelos pacientes com câncer de pênis diagnosticados para amputação, mostrando os significados mais profundos que os entrevistados trazem em torno desta doença. Quando um sujeito recebe o diagnóstico de uma doença grave, no primeiro momento sente-se totalmente ameaçado e inseguro. Por que eu? Pergunta-se. Geralmente ele manifesta certa incredulidade, uma negação de sua doença. Aceitá-la requer repensar sobre sua vida, seus projetos, relacionamentos, ganhos e perdas.

E a partir de então, a palavra perda parece fazer parte de sua existência – a perspectiva muitas vezes é de estar perdendo, em função da doença, uma possibilidade de vida que agora sofre limitações. É estar aceitando que entre as passagens que acontecem durante nossa existência há a do encontro com a morte, o que tentamos ignorar até então.

O significado colhido das expressões pessoais profundas da pesquisa em pauta mostra que a maneira como as pessoas lidam com o processo do adoecimento caracteriza-se por um modo singular de experienciar este acontecimento.

De acordo com Merleau-Ponty (1994), a imagem corporal sofre transformações, ela é hábil e incompleta. Irá depender sempre de como fazemos uso dela, de nosso pensamento, de nossas percepções e das relações objetais.

Considerações Finais/Conclusões

A masculinidade não é algo dado, mas algo que constantemente, diuturnamente se tem que construir e preservar, conquistar, externar e não basta ter sido macho até ontem, há necessidade de sê-lo agora, hoje, amanhã e sempre, pública e notoriamente. A construção da masculinidade é norteada por pontos de insegurança experimentados ao longo da vida do ser masculino, principalmente pelo medo do homossexualismo e da impotência.

Imaginar-se o ser homem no mundo após a amputação do seu pênis, faz aflorar sentimentos do tipo de perda da masculinidade, da sexualidade, deixar de ser homem, de inutilidade, perda de prazer, perda do "companheiro", suicídio, morrer, não querer mais viver, o mundo acabou, é o fim... São afirmações unânimes de todos os entrevistados.

A realização deste estudo desvela facetas do câncer peniano com diagnóstico de amputação, onde o sentimento, proposições e percepções dos entrevistados são de desolação, de tragédia, de desgraça total e absoluta. Suas manifestações verbais e corporais são profundas, graves e solenes, demonstrando à cruel e real angústia desse seu momento atual de suas vidas. Os pacientes externaram que viver tal amputação é triste, difícil, doloroso, é a própria morte, contudo, diante desse sofrimento, a confrontação entre o amputar e viver e o não amputar e morrer mostra-se como um total paradoxo, onde o instinto de sobrevivência fala mais alto, contrapondo-se com a vontade de morrer por ter que ficar sem o pênis.

Todavia, vale salientar que desde a percepção da existência do ferimento no pênis, a vida sexual dos pacientes em questão já estava comprometida.

Há uma enorme gama de sentimentos e percepções envolvidos no processo de alteração do corpo, e, portanto, de todo o existir, já que para o homem, o pênis tem importância transcendental em seu posicionamento no mundo. Dessa forma, torna-se evidente a importância por um novo desenvolvimento harmônico do processo de reabilitação, pois reabilitar esse paciente não é só devolvê-lo ao seu meio e à sociedade como uma pessoa "normal" apesar da deficiência, mas devolver a si próprio essa "normalidade".

A reabilitação deve ser capaz de levar ao paciente a perspectiva de um cotidiano que beire ao máximo à normalidade; de um existir modificado, mas que permita manter a abertura ao mundo e às coisas. Olhar o homem amputado, a partir da sua perspectiva permite um cuidar direcionado à extrema singularidade e à particularidade da experiência por ele vivida.

O pênis é símbolo de vigor, de poder, onde até o seu tamanho é motivo de inquietação e faz parte do dia-a-dia do ser masculino, que faz relação entre seu tamanho e eficiência sexual, carregando assim o "fetiche" de que quanto maior o pênis, igualmente maior será sua masculinidade.

É certo que o binômio sexualidade/câncer de pênis ainda é muito pouco explorado pela comunidade científica e pelas políticas de saúde pública. Os problemas sexuais tomam uma dimensão menor quando comparados aos riscos de uma morte prematura. O que acaba por deixar alguns homens constrangidos e, até mesmo culpados, por estarem pensando em sexo, neste momento, quando deveriam "estar agradecidos" por ainda terem a chance de permanecer vivos ou mortos-vivos?

É de competência dos profissionais de saúde, das políticas de saúde pública e dos órgãos responsáveis facilitarem o encaminhamento de solução a esses problemas, adotando uma postura mais sensível ante o impacto devastador do câncer de pênis, que compromete a subjetividade, a sexualidade e, sobretudo a qualidade de vida desses homens. Um aspecto essencial é a necessidade imediata de apoio e programação de suporte psicológico para esses pacientes.Seguramente, trata-se de uma enfermidade de marcante repercussão emocional porque envolve a mutilação de órgão de extraordinário significado para a masculinidade, com prejuízo da auto-estima, redundando em distúrbio funcional na atividade sexual.

Nesse sentido o estudo propõe lançar sementes de inquietação e reflexões, acerca da escuta profissional com relação ao adoecimento dos pacientes com câncer de pênis. A amputação parcial ou total do pênis traz sérias conseqüências físicas e psicológicas ao paciente. Assim, faz-se urgente e necessário um acompanhamento psicológico durante todo o percurso, do diagnóstico ao pós-operatório e na reinserção social, com objetivo de diminuir a ansiedade em relação ao adoecimento, à cirurgia, à readaptação e à qualidade de vida do paciente como um todo, não se devendo esquecer as campanhas informativas, educativas, preventivas, para que se reduzam os números da doença no futuro.

Tomando como base os relatos apresentados pelos entrevistados, entende-se que, independentemente da idade, grau de instrução, profissão, religião e nível socioeconômico, o homem terá sempre o estereótipo da força e da masculinidade relacionadas ao seu pênis, como algo inerente ao seu viver enquanto ser-no-mundo.

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*A autora é Psicóloga, CRP-02/13784. Atualmente cursando pós-graduação em Gestão de Equipes (LIBERTAS)eIntervenções Clínicas (FACHO).

E-mail: anateles@oi.com.br

Projeto de Pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa no Hospital de Câncer de Pernambuco no segundo semestre de 2007.
Julierme Cristo rumo a Luz!!!

sábado, 28 de novembro de 2009


Sintomas da leucemia

Danos à medula óssea resultam na falta de plaquetas no sangue, as quais são importantes para o processo de coagulação. Isso significa que pessoas com leucemia podem sangrar excessivamente. As células brancas do sangue, que estão envolvidas no combate a agentes patogênicos, podem ficar suprimidas ou sem função, colocando o paciente sob risco de infecções.Já a deficiência de células vermelhas ocasiona anemia, a qual pode causar falta de ar e fadiga. Pode ocorrer dor nos ossos ou articulações por causa da extensão do câncer a essas áreas. Dor de cabeça e vômito podem indicar que o câncer disseminou-se até o sistema nervoso central. Em alguns tipos de leucemia pode os nódulos linfáticos podem ficar dilatados. Todos esses sintomas podem também ser atribuídos a outras doenças. Para o diagnóstico é preciso fazer teste de sangue e biópsia da medula óssea.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009


O que é leucemia

A palavra leucemia refere-se um grupo de cânceres que afetam as células brancas do sangue. Leucemia se desenvolve na medula óssea, a qual produz três tipos de células sanguíneas:
1. Células vermelhas que contêm hemoglobina e são responsáveis por transportar oxigênio pelo corpo.
2. Células brancas que combatem infecções.
3. Plaquetas que auxiliam a coagulação sanguínea.
Leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea. A infiltração da medula óssea resulta na diminuição da produção e funcionamento de células sanguíneas normais. Dependendo do tipo, a doença pode se espalhar para os nódulos linfáticos, baço, fígado, sistema nervoso central e outros órgãos e tecidos, causando inchaço na área afetada.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Particularidades do Câncer Infantil

O progresso no desenvolvimento do tratamento do câncer na infância foi espetacular nas últimas quatro décadas. Estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas de câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. A maioria dessas crianças terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Com base em referências dos registros de base populacional, são estimados mais de 9000 casos novos de câncer infanto-juvenil, no Brasil, por ano. Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a segunda causa de mortalidade proporcional entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões. Como a primeira causa são aquelas relacionadas aos acidentes e à violência, podemos dizer que o câncer é a primeira causa de mortes por doença, após 1 ano de idade, até o final da adolescência. Dessa forma, revestem-se de importância fundamental para o controle dessa situação e o alcance de melhores resultados, as ações específicas do setor saúde, como organização da rede de atenção e desenvolvimento das estratégias de diagnóstico e tratamento oportunos.

Câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. As neoplasias mais freqüentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, freqüentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina do olho), tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas), osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas (tumores de partes moles).

Diferentemente do câncer de adulto, o câncer da criança geralmente afeta as células do sistema sangüíneo e os tecidos de sustentação, enquanto que o do adulto afeta as células do epitélio, que recobre os diferentes órgãos (câncer de mama, câncer de pulmão). Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, o que determina, em geral, uma melhor resposta aos métodos terapêuticos atuais.
No adulto, em muitas situações, o surgimento do câncer está associado claramente aos fatores ambientais como, por exemplo, fumo e câncer de pulmão. Nos tumores da infância e adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que nos permitam observar claramente essa associação. Logo, prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e orientação terapêutica de qualidade.

Em nosso meio, muitos pacientes ainda são encaminhados ao centro de tratamento com doenças em estágio avançado, o que se deve a vários fatores: desinformação dos pais, medo do diagnóstico de câncer (podendo levar à negação dos sintomas), desinformação dos médicos. Também contribuem para esses atrasos no diagnóstico, os problemas de organização da rede de serviços e o acesso desigual às tecnologias diagnósticas. Mas algumas vezes também está relacionado com as características de determinado tipo de tumor, porque a apresentação clínica dos mesmos pode não diferir muito de diferentes doenças, muitas delas bastante comuns na infância. Os sinais e sintomas não são necessariamente específicos e, não raras vezes, a criança ou o jovem podem ter o seu estado geral de saúde ainda em razoáveis condições, no início da doença. Por esse motivo, é de importância crucial o conhecimento médico sobre a possibilidade da doença.
É muito importante estar atento a algumas formas de apresentação dos tumores da infância.

• Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna suscetível a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.
• No retinoblastoma, um sinal importante de manifestação é o chamado "reflexo do olho do gato", que é o embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, através de fotofobia ou estrabismo. Geralmente acomete crianças antes dos três anos de idade. Hoje a pesquisa desse reflexo poderá ser feita desde a fase de recém-nascido.
• Algumas vezes, os pais notam um aumento do volume ou uma massa no abdomen, podendo tratar-se nesse caso, também, de um tumor de Wilms ou neuroblastoma.
• Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, podendo ser visíveis ou não e causar dor nos membros, sintoma, por exemplo, freqüente no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.
• Tumor de sistema nervoso central tem como sintomas dor de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.

É importante que os pais estejam alertas para o fato de que a criança não inventa sintomas e que ao sinal de alguma anormalidade, levem seus filhos ao pediatra para avaliação. É igualmente relevante saber que, na maioria das vezes, esses sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância. Mas isto não deve ser motivo para que a visita ao médico seja descartada.

O tratamento do câncer começa com o diagnóstico correto, em que há necessidade da participação de um laboratório confiável e do estudo de imagens. Pela sua complexidade, o tratamento deve ser efetuado em centro especializado, e compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença. O trabalho coordenado de vários especialistas também é fator determinante para o êxito do tratamento (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas), assim como o de outros membros da equipe médica (enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos).

Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, inseridos no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Neste sentido, não deve faltar ao paciente e à sua família, desde o início do tratamento, o suporte psicossocial necessário, o que envolve o comprometimento de uma equipe multiprofissional e a relação com diferentes setores da sociedade, envolvidos no apoio às famílias e à saúde de crianças e jovens .

quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, é um câncer que começa em qualquer parte do estômago. É o crescimento desordenado de células anormais no estômago.

O estômago é apenas um de muitos órgãos localizados no abdômen, uma área do corpo entre a pélvis e o tórax. O fígado, pâncreas e a vesícula biliar e o cólon estão entre outros órgãos achados no abdômen. É importante diferenciar esses órgãos porque cânceres e outras doenças que correm neles têm diferentes sintomas e são tratadas de forma diferente.

A maioria dos tumores gástricos ocorre em algum ponto da camada de revestimento interna do estômago e aparece como uma lesão elevada, irregular, de milímetros de diâmetro, muitas vezes ulcerada, lembrando uma verruga com uma pequena cratera em seu ponto mais alto. A ulceração é resultado da multiplicação celular descontrolada, característica de câncer ou tumores malignos.

Essas células anormais vão substituindo o tecido normal e podem invadir outras camadas do próprio estômago e alcançar órgãos vizinhos por meio das chamadas metástases por contigüidade. Freqüentemente, pode gerar metástases à distância, como no fígado e no pulmão, órgãos aos quais chegam algumas células desprendidas do tumor primário, transportadas pela circulação sangüínea ou linfática.

Embora a incidência dos tumores gástricos apresente uma redução significativa nas últimas décadas, eles constituem o segundo tumor maligno mais freqüente no mundo todo. O número das pessoas que desenvolvem câncer de estômago é bastante alto no Japão, no Chile, no Leste Europeu, América do Sul e América Central. É a principal causa de morte por câncer em muitos destes países.

O câncer gástrico pode ser classificado de acordo com o tipo de célula que originou o tumor. A maioria dos casos tem origem na mucosa e recebe o nome de adenocarcinoma; os demais tipos de câncer de estômago são linfomas, sarcomas e outras variedades mais raras.

Os sintomas aparecem geralmente nas fases mais avançadas. Antes disso pode passar desapercebido pelo paciente, o que dificulta o diagnóstico. A maioria das pessoas que são diagnosticadas com câncer de estômago tem mais de 60 anos de idade e apresentam o câncer gástrico em fase avançada. Este tumor de estômago raramente acontece antes dos 50 anos e é mais comum em homens do que em mulheres.

terça-feira, 24 de novembro de 2009


Tratamento
Do ponto de vista terapêutico existem três alternativas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Estes métodos podem ser associados para obter o melhor resultado. Tumores restritos ao pulmão devem ser operados e removidos – estágios I e II, com chance de cura de até 75%. Nos outros estágios, uma associação de quimio e radioterapia, com eventual resgate cirúrgico, é a abordagem que mostra os melhores resultados, com uma chance de cura de 30%.

No estágio IV a quimioterapia é o tratamento de escolha, porém as chances de cura são extremamente reduzidas. Até o momento não existe benefício comprovado com imunoterapia. Os pacientes operados se beneficiam de quimioterapia complementar, dita adjuvante, que reduz as chances de reaparecimento da doença, com exceção naqueles cujo estadiamento é muito inicial (IA e IB).

segunda-feira, 23 de novembro de 2009


Prevenção
A mais importante e eficaz prevenção do câncer de pulmão é a primária, ou seja, o combate ao tabagismo. A ação permite a redução do número de casos (incidência) e de mortalidade.

domingo, 22 de novembro de 2009


Sintomas
Os tumores de localização central provocam sintomas como tosse, sibilos, estridor (ronco), dor no tórax, escarros hemópticos (escarro com raias de sangue), dispnéia (falta de ar) e pneumonia. Os tumores de localização periférica são geralmente assintomáticos. Quando eles invadem a pleura ou a parede torácica, causam dor, tosse e dispnéia do tipo restritivo, ou seja, pouca expansibilidade pulmonar.

O tumor localizado no ápice pulmonar (Tumor de Pancoast) geralmente compromete o oitavo nervo cervical e os primeiros nervos torácicos, levando à síndrome de Pancoast, que corresponde à presença de tumor no sulco superior de um dos pulmões e dor no ombro correspondente, que se irradia para o braço. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado, podendo existir crises em horários incomuns para o paciente. Uma pneumonia de repetição pode ser também um sintoma inicial de câncer de pulmão.

sábado, 21 de novembro de 2009


Fatores de Risco
Independentemente do tipo celular ou subcelular, o tabagismo é o principal fator de risco do câncer pulmonar, sendo responsável por 90% dos casos. Outros fatores relacionados são certos agentes químicos (como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, níquel, cádmio e cloreto de vinila, encontrados principalmente no ambiente ocupacional), fatores dietéticos (baixo consumo de frutas e verduras), doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos (que predispõem à ação carcinogênica de compostos inorgânicos de asbesto e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e história familiar de câncer de pulmão.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009


Diagnóstico Clínico e Patológico
Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse e o sangramento pela via respiratória. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente. Além disso, uma pneumonia de repetição pode, também, ser a apresentação inicial da doença.

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de um raio-X do tórax complementado por uma tomografia computadorizada. A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser realizada para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia. É fundamental obter um diagnóstico de certeza, seja pela citologia ou patologia.

Uma vez obtida a confirmação da doença, é realizado o estadiamento que avalia o estágio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada por outros órgãos. O estadiamento é feito através de vários exames de sangue e radiológicos, como dosagens enzimáticas e ultrassonografia, respectivamente.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009


O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados está associado ao consumo de derivados de tabaco (leia mais em Tabagismo). No Brasil, o câncer de pulmão foi responsável por 14.715 óbitos em 2000, sendo o tipo de câncer que mais fez vítimas.

Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer do INCA.

O câncer de pulmão, do ponto de vista anatomo-patológico, é classificado em dois tipos principais:
1) Pequenas células
2) Não-pequenas células (85%)

O tumor de células não-pequenas corresponde a um grupo heterogêneo composto de três tipos histológicos principais e distintos: carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células, ocorrendo em cerca de 75% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão. Dentre os tipos celulares restantes, destaca-se o carcinoma indiferenciado de células pequenas, com os três subtipos celulares: linfocitóide (oat cell), intermediário e combinado (células pequenas mais carcinoma epidermóide ou adenocarcinoma).

A expressão oat cell ganhou importância na linguagem médica por ser um subtipo especial de câncer pulmonar. As principais características são rápido crescimento, grande capacidade de disseminação e invasão cerebral freqüente. Apesar do alto grau de resposta ao tratamento, apresenta baixo percentual de cura.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Detecção precoce do câncer de mama:

O exame de palpação realizado pelo médico e a mamografia são os exames realizados para uma detecção precoce desse tipo de câncer.

Como o médico faz esse exame?

O exame mais fácil de se realizar para se detectar uma alteração da mama é o exame de palpação. Neste exame o médico palpa toda a mama, a região da axila e a parte superior do tronco em busca de algum nódulo ou alteração da pele, como retração ou endurecimento, e de alguma alteração no mamilo.

A mamografia é um Raio X das mamas e das porções das axilas mais próximas das mamas. Nesse exame, o radiologista procura imagens sugestivas de alterações do tecido mamário e dos gânglios da axila. A ecografia das mamas pode auxiliar o radiologista a definir que tipo de alterações são essas.

Esses exames, quando realizados anualmente ou mais freqüentemente, dependendo da história individual da paciente (presença de fatores de risco ou história de tumores e biópsias prévias), pode diminuir a mortalidade por esse tipo de tumor, quando realizados entre os 50 e os 69 anos.

Porém, este tipo de tumor tem características diferentes para populações diferentes. Isto altera o quanto a mamografia é eficaz em diminuir a mortalidade por este tipo de tumor.

Realizar esses exames entre os 40 e os 49 anos pode diminuir a mortalidade por este tipo de tumor, mas o efeito dessa diminuição só se dará quando essas mulheres tiverem mais de 50 anos.

Tratamento para o câncer de mama:

Existem vários tipos de tratamento para o câncer de mama. São vários os fatores que definem o que é mais adequado em cada caso. Antes da decisão de que tipo de tratamento é mais adequado o médico analisa o resultado do exame anátomo-patológico da biópsia ou da cirurgia se esta já tiver sido feita. Além disso, o médico pede exames de laboratório e de imagem para definir qual a extensão do tumor e se ele saiu da mama e se alojou em outras partes do corpo.

Se o tumor for pequeno, o primeiro procedimento é uma cirurgia onde se tira o tumor. Dependendo do tamanho da mama, da localização do tumor e do possível resultado estético da cirurgia, o cirurgião retira só o nódulo, uma parte da mama (geralmente um quarto da mama ou setorectomia) ou retira a mama inteira (mastectomia) e os gânglios axilares.

As características do tumor retirado e a extensão da cirurgia definem se a mulher necessitará de mais algum tratamento complementar ou não. Geralmente, se a mama não foi toda retirada, ela é encaminhada para radioterapia.

Dependendo do estadiamento, ou seja, quão avançada está a doença (tamanho, número de nódulos axilares comprometidos e envolvimento de outras áreas do corpo), também será indicada quimioterapia ou hormonioterapia. Radioterapia é o tratamento que se faz aplicando raios para eliminar qualquer célula que tenha sobrado no local da cirurgia que por ser tão pequena não foi localizada pelo cirurgião nem pelo patologista. Este tratamento é feito numa máquina e a duração e intensidade dependem das características do tumor e da paciente.

Quimioterapia é o uso de medicamentos, geralmente intravenosos, que matam células malignas circulantes. O tipo de quimioterápico utilizado depende se a mulher já está na menopausa e a extensão da sua doença. Hormonioterapia é o uso de medicações que bloqueiam a ação dos hormônios que aumentam o risco de desenvolver este tipo de câncer. Este tratamento é dado para aquelas pacientes em que o tumor mostrou ter estes receptores positivos (receptor de estrogênio e receptor de progesterona).
Sintomas do câncer de mama:

O câncer de mama normalmente não dói. A mulher pode sentir um nódulo (ou caroço) que anteriormente ela não sentia. Isso deve fazer ela procurar o seu médico. O médico vai palpar as mamas, as axilas e a região do pescoço e clavículas e se sentir um nódulo na mama pedirá uma mamografia.

A mulher também pode notar uma deformidade na suas mamas, ou as mamas podem estar assimétricas. Ou ainda pode notar uma retração na pele ou um líquido sanguinolento saindo pelo mamilo. Nos casos mais adiantados pode aparecer uma "ferida" (ulceração) na pele com odor muito desagradável.

No caso de carcinoma inflamatório a mama pode aumentar rapidamente de volume, ficando quente e vermelha.

Na maioria dos casos, a mulher é a responsável pela primeira suspeita de um câncer. É fundamental que ela conheça as suas mamas e saiba quando alguma coisa anormal está acontecendo. As mamas se modificam ao longo do ciclo menstrual e ao longo da vida. Porém, alterações agudas e sintomas como os relacionados acima devem fazer a mulher procurar o seu médico rapidamente. Só ele pode dizer se estas alterações podem ou não ser um câncer.

Como se faz o diagnóstico de câncer de mama:

A mamografia é um Rx das mamas. Este exame também é feito para detecção precoce do câncer quando a mulher faz o exame mesmo sem ter nenhum sintoma (leia mais sobre Detecção Precoce do Câncer de Mama neste site). Caso a mama seja muito densa, o médico também vai pedir uma ecografia das mamas.

Se a mamografia mostra uma lesão suspeita, o médico indicará uma biópsia que pode ser feita por agulha fina ou por agulha grossa. Geralmente, esta biópsia é feita com a ajuda de uma ecografia para localizar bem o nódulo que será coletado o material, se o nódulo não for facilmente palpável. Após a coleta, o material é examinado por um patologista (exame anátomo-patológico) que definirá se esta lesão pode ser um câncer ou não.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Fatores de Risco
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.

Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.

A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009


Os tipos de câncer de mama:

O câncer de mama ocorre quando as células deste órgão passam a se dividir e se reproduzir muito rápido e de forma desordenada. A maioria dos cânceres de mama acomete as células dos ductos das mamas. Por isso, o câncer de mama mais comum se chama Carcinoma Ductal. Ele pode ser in situ, quando não passa das primeiras camadas de célula destes ductos, ou invasor, quando invade os tecidos em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da mama são chamados de Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de câncer muito freqüentemente acomete as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é um câncer mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo toda a mama, deixando-a vermelha, inchada e quente.

Fatores de risco para o câncer de mama:

O câncer de mama, como muitos dos cânceres, tem fatores de risco conhecidos. Alguns destes fatores são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a exposição que uma pessoa tem a este determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver este câncer.

Existem também os fatores de proteção. Estes são fatores que, se a pessoa está exposta, a sua chance de desenvolver este câncer é menor.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Como são as mamas:

As mamas (ou seios) são glândulas e sua função principal é a produção de leite. Elas são compostas de lobos que se dividem em porções menores, os lóbulos, e ductos, que conduzem o leite produzido para fora pelo mamilo. Como todos os outros órgãos do corpo humano, também se encontram nas mamas vasos sanguíneos, que irrigam a mama de sangue, e os vasos linfáticos, por onde circula a linfa. A linfa é um líquido claro que tem uma função semelhante ao sangue de carregar nutrientes para as diversas partes do corpo e recolher as substâncias indesejáveis. Os vasos linfáticos se agrupam no que chamamos de gânglios linfáticos, ou ínguas. Os vasos linfáticos das mamas drenam para gânglios nas axilas (em baixo dos braços) na região do pescoço e no tórax.